Repensar a escola: os corredores

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Asreformas e as paixões pela Educação são recorrentes. Mas averdade é que há décadas que os espaços de aprendizagem pouco sealteram. As escolas continuam a ser construídas, na maior parte doscasos, como fábricas.Corredores longos, com cacifos de metal esalas de aula de um lado e do outro.Estaconfiguração foi sendo utilizada com o argumento de que facilitavaa circulação, tendo como único propósito simplificar o trânsitodos alunos entre uma sala e outra. Actualmente, cerca de 30% doespaço da escola (quase um terço) esta ocupado não por espaços deaprendizagem, mas sim por caminhos que vão dar onde isso acontece.Daíque seja fundamental começar a pensar os corredores com os sereshumanos em vista. Luzes directas, cores e ligações com o espaçoexterior podem ajudar a transformar os corredores em informais locaisde aprendizagem, para se partilharem trabalhos, conhecer pessoas oureflectir sobre as matérias dadas. Melhor ainda, acabe-se de vez comos corredores, levando a que a aprendizagem aconteça em todo oedifício escolar, com espaços amplos por onde as ideias possamfluir. Um exemplo? A Thomas Deacon Academy, em Peterborough,Inglaterra, gizada por Foster and Partners. Os espaços convivementre si de forma livre, interagem, cada centímetro quadrado podeser usado de forma educativa.Mashá mais. Na Hellerup Skoll, na Dinamarca, as escadas e os espaçospolivalentes foram pensados por forma a que toda a comunidade escolarse possa reunir e aprender e conjunto. O gabinete do director estáno centro da escola, sem paredes, o que lhe permite estar em contactocom os estudantes ao longo de todo o dia, sendo que estes podembeneficiar do facto de poderem observar os adultos a interagir. Edepois há o clima, como o português por exemplo. Qual razão deandarmos a investir em espaços com enormes corredores tapados sevivemos num local que nos permite passar grande parte do ano ao arlivre? Em Miami, nos Estados Unidos da América, onde o sol brilhaquase todo o ano, a Miami-Dade County Prototype School, tem corredores externos, ligados por uma via principal que permite aosalunos gozarem do sol e do ar fresco.Aotrabalharem com educadores, pais e estudantes, os projectistas podemter um papel determinante na educação e aprendizagem escolar dofuturo. O início é criar espaços onde as ideias possam fluir comliberdade.

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