As últimas estatísticas do INE sobre a evolução do emprego revelam que as novas gerações continuam a ser das mais prejudicadas. O panorama continua trágico para milhares e milhares de jovens..Em outubro, último mês de alívio de restrições antes do regresso ao Estado de Emergência na maioria dos concelhos do país, o emprego jovem voltou a cair, em contraciclo com o que sucedeu nas restantes faixas etárias..Para os trabalhadores jovens, o período de cinco meses - entre maio e outubro - de alívio nas restrições praticamente não trouxe ganhos face à destruição provocada pela pandemia na primavera. Em cinco meses, a recuperação de emprego não vai além dos 2 700 postos de trabalho para quem tem até 25 anos. Em outubro, o número de jovens empregados foi de 246 400, menos 4 800 que em setembro. Ou seja, perderam-se quase 5 mil empregos jovens num mês..Portugal é hoje um dos países que regista uma das taxas de desemprego jovem mais elevadas da União Europeia. 1 em cada 4 jovens portugueses estão sem emprego..Na Juventude Social-Democrata, temos feito do combate à sangria no Emprego Jovem a nossa primeira prioridade. Mas não nos limitamos a denunciar e a criticar a evidente ausência de medidas que incentivem a contratação de jovens ou que ajudem a empresas a manter o emprego a milhares jovens..Apresentámos no início de novembro, um conjunto de 12 propostas para combater esta derrocada económica que afeta o emprego de milhares e milhares de jovens, nomeadamente:.1. A dispensa de pagamento de contribuições para a segurança social para a entidade empregadora nos primeiros 4 anos de trabalho para contratos sem termo celebrados com jovens até aos 30 anos;.2. A reposição do benefício fiscal da criação líquida de emprego para jovens até aos 35 anos..3. A duplicação do prémio às empresas que celebrem contratos sem termo no final de um estágio IEFP..Defendemos ainda que Banco de Fomento inclua linhas de crédito e mecanismos de apoio especialmente dedicados para os jovens empresários de Portugal; propusemos a criação do Balcão Jovem no IEFP, que tem por objetivo centralizar num único espaço, físico e virtual, todos os programas, informações e apoios para as áreas do emprego jovem, autoemprego, empreendedorismo e formação profissional; e apresentámos também uma proposta de apoio para início de trabalho por conta própria para jovens..As propostas da JSD podem ser consultas aqui. Estão disponíveis para o escrutínio, para o debate, mas acima de tudo, para demonstrar que não podemos ficar de braços cruzados, impávidos a assistir a um desastre sem nada fazer ou ponderar..E o Governo? Como parece que ainda não reconheceu a gravidade do problema (e considera suficientes as medidas gerais adotadas na resposta à pandemia), limitou-se a mudar o nome do programa de estágios enquanto faz figas que os fundos europeus cheguem o mais rapidamente possível. Os fundos europeus são, sem dúvida alguma, de uma importância vital para responder à crise económica. Sejamos capazes de aproveitar os novos fundos europeus para, finalmente, construir um Portugal de oportunidades para as novas gerações..É urgente resolver este problema do elevado desemprego jovem (a que se juntam milhares de jovens que não estudam nem trabalham), agravado pela pandemia, com mais ação, mais respostas que incentivem a contratação e a manutenção de emprego jovem, e menos propaganda, visto que essa não gera um único emprego. A JSD deu o seu contributo para a discussão e para a ação. Seja para a crise de hoje, seja para outras no futuro, não podemos ter as novas gerações numa situação tão frágil e vulnerável..A juventude portuguesa merece muito mais. Tenhamos a capacidade de não desistir da juventude portuguesa..Presidente da JSD e Deputado à Assembleia da República