
A Riopele, grupo têxtil de Pousada de Saramagos, Vila Nova de Famalicão, fechou 2023 com vendas históricas de 98 milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 6,4%. Nos últimos cinco anos, "num ambiente de negócios particularmente hostil", a empresa cresceu 24,6% e o CEO, José Alexandre Oliveira, mantém a meta dos 100 milhões de euros de faturação em 2027, ano em que assinala o centenário da Riopele.
Especializada na produção de tecidos para a indústria da moda, e com 1.189 trabalhadores no final de 2023, a Riopele é um grupo vertical que integra desde a investigação e desenvolvimento às áreas de fiação, tinturaria, torcedura, tecelagem e ultimação, bem como o segmento de confeção regime de subcontratação, o chamado private label, para as "principais marcas internacionais".
Para o presidente executivo da empresa, é esta aposta reforçada no "serviço integral, da matéria-prima à peça acabada", que constitui a razão do seu sucesso. "A Riopele tem características que a tornam única", defende, sublinhando que, “uma fatia importante do trabalho interno tem vindo a ser dedicada ao vestuário técnico e profissional”. A empresa integra o consórcio que desenvolveu o novo camuflado para o exército português. O segmento de vestuário técnico e profissional vale já 6% das vendas da Riopele. Já a mobilidade, outra das
Consciente da importãncia de diversificar áreas de negócio de modo a "chegar a um número crescente de clientes", a Riopele tem na mobilidade outra das grandes áreas de aposta. Vale já 3% da faturação.
Já no segmento da moda, a sustentabilidade é um prioridade e a empresa anunciou, recentemente, que está a desenvolver as "gangas do futuro". Sob a marca Indario, Riopele desenvolveu uma nova gama de produtos de valor acrescentado que combina matérias-primas nobres como a viscose ecovero (33%) e o linho certificado European Flax (67%). Já o processo de tingimento, desenvolvido em parceria com a Archroma, resulta “em economias de água e energia, na ordem dos 67% e 35% respetiva¬mente, quando comparado com o procedimento convencional de denim”.
Apesar das boas notícias em 2023, num ano que se revelou "muito exigente" para a indústria têxtil, cujas exportações caíram 5,6%, face ao recorde de 2022, para 5.753 milhões de euros, José Alexandre Oliveira encara 2024 com cautela. "Devemos estar cautelosos, porque vivemos num mundo que está cheio de inseguranças, de instabilidade com várias zonas de conflito. Já no plano económico a retração do consumo por parte das famílias tem incidência em várias geografias, por via do aumento da inflação e das taxas de juro", sublinha.