Sabe se está a apoiar a seleção com a bandeira certa?

Em plena festa do futebol, os portugueses orgulham-se dos seus símbolos. Mas tem a certeza de que aquela bandeira que comprou é a correta?
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Adotada a 30 de junho de 1911, após a queda da Monarquia, a bandeira portuguesa atual representa a transição da Monarquia para a República. Após grande debate sobre a manutenção das cores azul e branco da monarquia, ou a adoção do verde e vermelho do Partido Republicano Português, prevaleceu a mudança. Foi criada e desenhada por Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas e Abel Botelho.

PROPORÇÕES

A bandeira é retangular e a sua altura corresponde a dois terços da largura. É bipartida em verde e vermelho, sendo que o verde fica junto à haste e representa dois quintos da largura. O vermelho cobre os restantes três quintos. Centrado na divisão destas cores principais, está o Brasão da República, que é constituído pelo escudo, em formato “português”, sobreposto a uma esfera armilar, cujo diâmetro deve ser igual à metade da altura da bandeira.

CORES

No ideário positivista e republicano dos séculos XIX e XX, o verde simboliza as nações que são guiadas pela ciência. Na versão popular, simboliza a esperança no futuro. Já o vermelho é a cor das revoluções democráticas que, desde o século XVIII, percorreram toda a Europa, à imagem da revolução republicana em Portugal, a 31 de janeiro de 1891. Simboliza a luta dos povos pelos grandes ideais de Igualdade, Fraternidade e Liberdade. Na versão popular simboliza os sacrifícios do povo português ao longo da sua história, a coragem e o sangue dos portugueses mortos em combate.

ONDE É OBRIGATÓRIO HASTEAR:

Nas instalações das administrações públicas centrais, regionais ou locais, monumentos nacionais e sedes dos institutos e empresas públicas. Hasteia-se diariamente, às 9:00 horas, na Presidência da República, Assembleia da República, Presidência do Conselho de Ministros, Supremo Tribunal de Justiça e Tribunal Constitucional. É arredada ao pôr-do-sol ou à hora de encerramento dos serviços, sendo a primeira a ser hasteada e a última a ser arredada.

ESFERA ARMILAR

É o emblema do rei D. Manuel I, “O Venturoso”, (1469-1521) e está presente nas bandeiras de Portugal desde o seu reinado. Em cor amarela orlada a preto, simboliza o Universo e a vocação universal dos portugueses. Na versão popular simboliza os descobrimentos portugueses e o mundo que os navegadores portugueses descobriram entre os séculos XV e XVI. É constituída por quatro aros dispostos como círculos máximos de uma mesma esfera. A estrutura apresenta-se com o eixo de intersecção de três dos aros maiores aproximadamente perpendicular à superfície da bandeira, sendo os aros rematados por virolas salientes e proporcionadamente mais estreitas. Representam os meridianos Nodal e Zenito-apical, o Equador e a Eclíptica, mas o seu posicionamento visa a harmonia gráfica mais que a correção astronómica.

ESCUDO

Em cor vermelha, o escudo com as armas nacionais remete para a fundação de Portugal, simbolizando a afirmação da cultura ocidental no mundo e, em particular, dos seus valores cristãos. Os castelos, as quinas e os besantes evocam conquistas, vitórias e lendas ligadas à fundação de Portugal por D. Afonso

Henriques (1109-1185). É constituído por uma área interior branca e uma exterior vermelha, limitada paralelamente ao limite do escudo. A parte vermelha inclui sete castelos amarelos e a parte branca cinco pequenos escudetes azuis (quinas), dispostos em cruz.

AS QUINAS

Simbolizam os 5 reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na Batalha de Ourique. Os pontos brancos dentro das quinas, também denominados de “besantes” ou “dinheiros”, simbolizam as 5 chagas de Cristo. Uma lenda conta que Jesus Cristo apareceu a D. Afonso Henriques, antes da Batalha de Ourique, e lhe terá prometido a vitória. A soma (duplicando as da quina central) de todas as chagas representa os 30 dinheiros que Judas recebeu por ter traído Cristo.

OS 7 CASTELOS

De cor amarela, simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos mouros. Os castelos são constituídos por um edifício base, com porta, sobre o qual se erguem três torres ameiadas. A sua substituição por uma única torre é incorreta. A porta deve ser igualmente amarela e nunca deve estar aberta. Existem algumas variações aceitáveis nos castelos, quer na variação ou presença de janelas, no estilo da porta, na visibilidade da alvenaria, no número de ameias, no tamanho relativo das torres, no estilo dos remates, e na presença de ameias a rematar o edifício base.

Agora já sabe. Se sente orgulho em Portugal e nos seus símbolos, certifique-se que usa os corretos. Pode ainda descarregar uma versão em alta resolução da bandeira portuguesa aqui.

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