Os salários dos professores do ensino secundário em Portugal registaram na última década um aumento "claro" em percentagem do PIB por habitante, contrariando a tendência de "regressão" noutros países, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).As Perspectivas da Educação 2011, um documento de 500 páginas apresentado hoje em Paris, referem que Portugal, juntamente com a Dinamarca e a República Checa, está no grupo restrito de países onde o aumento dos salários em percentagem do PIB contrariou a tendência geral no espaço da OCDE, que foi de "regressão entre 2000 e 2009".Adoptando o nível de salários em 2005 como índice de variação (índice 100), a OCDE mostra que o salário médio dos professores do primeiro ciclo do secundário (após 15 anos de carreira) em Portugal era inferior a 90 em 1995 e em 2000, mas subiu para o índice 109 em 2009.Esta subida coloca Portugal acima da média do espaço da OCDE e em nono lugar na tabela de variação entre 28 países considerados.Uma das novidades do documento é a análise da equidade da educação e do seu rendimento.Neste capítulo, Portugal aparece entre o grupo de países que cumulam um "nível elevado de vulnerabilidade" de alunos originários de meios sócio-económicos desfavorecidos a níveis inferiores de competências escritas, com um "nível elevado de desigualdade".Para este indicador, o relatório não inclui, no entanto, números, taxas ou rácios sobre reprovações.O documento mostra também, entre dezenas de indicadores, que Portugal está abaixo da média da OCDE quanto ao tamanho das turmas, tanto no ensino primário como no primeiro ciclo do ensino secundário.