Salário nas pequenas empresas pode ser 70% mais baixo do que nas grandes

Em 2018, a remuneração média foi de 1 142 euros, acima do valor do ano anterior.
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Trabalhar numa pequena ou numa grande empresa pode fazer toda a diferença no salário ao final do mês. De acordo com os dados divulgados ontem, pela primeira vez, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a dimensão de uma empresa, avaliada pelo número de trabalhadores, pode significar uma diferença salarial superior a 500 euros por mês.

O INE tem em conta a remuneração bruta total mensal por trabalhador que inclui o salário antes de impostos e contribuições e todas as componentes variáveis, como por exemplo, o subsídio de férias e de Natal. Em causa estão cerca de 3,6 milhões de trabalhadores de aproximadamente 396 mil empresas.

Neste primeiro estudo do gabinete de estatísticas com base na informação enviada pelas empresas à Segurança Social, é feita a desagregação das remunerações por escalão de pessoas ao serviço.

Nas empresas de um a nove trabalhadores (microempresas), o salário situou-se nos 832 euros; no patamar seguinte (pequenas empresas – entre 10 e 49 trabalhadores) a remuneração já chega aos 1 073 euros; as médias empresas (entre 50 e 250 trabalhadores) pagaram um salário médio de 1 250 euros. Mas é no escalão de empresas com um número de trabalhadores entre 250 e 499 trabalhadores que a remuneração é mais elevada, superando os 1 400 euros, um valor que desce no patamar seguinte de empresas com mais de 500 trabalhadores.

Ou seja, entre o salário médio de uma micro e de uma grande empresa pode haver uma diferença de 70% no ganho.

Setor também conta

Além da dimensão da empresa, o setor também é determinante para o salário dos trabalhadores.

Os dados divulgados pelo INE indicam que é nas atividades da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca que se situam os salários mais baixos, em média 773 euros. No extremo oposto, estão as atividades da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio com uma remuneração bruta total mensal de 3 021 euros. Seguem-se as atividades financeiras e de seguros, com uma remuneração bruta total mensal de 2 472 euros.

Em março salários subiram

A informação agora divulgada pelo INE abrange o período entre março de 2014 e março deste ano, mês em que se verificou a maior variação homóloga desde que o gabinete de estatística começou a compilar os dados.

No final do primeiro trimestre, a remuneração bruta regular (que exclui, por exemplo, os subsídios de férias e de Natal) foi de 951 euros. Em termos absolutos representou mais 29 euros do que em março do ano passado, quando a remuneração bruta era de 922 euros. Neste caso optou-se pela remuneração bruta regular que é menos sensível a efeitos sazonais.

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