Sarmento. Mercado de trabalho responde à subida do salário mínimo para 1000 euros

Sobre a privatização da TAP, ministro das Finanças disse que a sua preferência vai para uma solução "que defenda o interesse público"
Joaquim Miranda Sarmento. FOTO: PAULO SPRANGER/Global Imagens
Joaquim Miranda Sarmento. FOTO: PAULO SPRANGER/Global ImagensJoaquim Miranda Sarmento. FOTO: PAULO SPRANGER/Global Imagens
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O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, disse nesta sexta-feira que a evolução do salário mínimo deve acompanhar "preferencialmente" a inflação e produtividade, notando que as condições do mercado de trabalho permitem aumentá-lo para os 1000 euros até 2028.

O Programa do Governo mantém a meta que tinha sido avançada pela AD durante a campanha eleitoral, prometendo subir o salário mínimo para os 1000 euros no final da legislatura, em 2028, com aumentos baseados na inflação e nos ganhos de produtividade.

Entrevistado na RTP1, Miranda Sarmento foi questionado sobre se esta meta estaria em risco caso a inflação e a produtividade não suportassem a subida para aquele valor até 2028.

Na resposta, o ministro das Finanças referiu que o alinhamento pelos indicadores da inflação e produtividade é numa perspetiva de longo prazo, sendo que o patamar dos 1000 euros está alinhado com as previsões do Governo.

"O que dizemos é que preferencialmente a evolução do salário mínimo ao longo do tempo - e estou a falar no longo prazo - deve acompanhar a produtividade e a inflação, mas face às condições atuais do mercado de trabalho, à data de hoje, temos o compromisso de o colocar nos 1000 euros em 2028, o que está alinhado com as nossas previsões", referiu o ministro.

Miranda Sarmento admitiu que, mesmo que se venha a verificar alguma diferença face às projeções, haverá forma de acomodar aquela subida, porque o "mercado de trabalho hoje responde a esses aumentos do salário mínimo".

O ministro reforçou, contudo, que o salário mínimo é um tema que tem de ser sempre antes discutido com os parceiros sociais em sede de Concertação Social.

TAP

Na mesma entrevista, o ministro foi questionado sobre a TAP, mas recusou dizer se prefere uma privatização total ou parcial da TAP, referindo que a sua preferência vai para uma solução "que defenda o interesse público".

"Eu nesse aspeto sou agnóstico. A minha preferência é a que possa defender o interesse público e isso passa por duas coisas": a manutenção do 'hub' de Lisboa e procurar ter o maior encaixe financeiro que permita recuperar o total ou a maior parte da injeção de 3,2 mil milhões de euros na TAP, disse Miranda Sarmento.

O ministro referiu que a decisão sobre a privatização da companhia aérea é algo que tem de ser aprovado em Conselho de Ministros, e que num processo destes estabelecer prazos e condições 'a priori' "é condicionar o Governo naquilo que é uma negociação difícil".

Notando que há três interessados na privatização da TAP e que isso é diferente de ter "10 ou 20 interessados", precisou que, "quanto menos condicionado estiver o Governo, mais grau de liberdade terá para conseguir aqueles dois objetivos".

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