A saúde mental vai ser a principal aposta da Fundação José Neves (FJN) para este ano. A instituição vai lançar um programa nesta área nos próximos meses e também pretende apostar na escola do futuro, para colocar Portugal na rota do conhecimento.
"É um tema de urgência máxima. Queremos, neste ano, lançar um programa para ajudar os portugueses nas áreas de conhecimento interior e desenvolvimento pessoal. Vençamos mais depressa ou mais devagar a pandemia, um dos grandes efeitos será o seu impacto na saúde mental dos portugueses. É uma área pouco explorada em Portugal e já temos muitas pessoas a passar mal por falta de equilíbrio emocional", salienta, em entrevista ao Dinheiro Vivo o presidente da FJN, Carlos Oliveira.
António Horta-Osório será um dos embaixadores deste programa. O banqueiro, que vai liderar o Credit Suisse a partir de maio, tem falado abertamente sobre este tema nos últimos anos. A matéria foi também abordada durante a apresentação da FJN, em setembro do ano passado.
A médio prazo, a fundação também quer reforçar a aposta na tecnologia para promover a educação. "Estamos a trabalhar em coisas mais futuristas, como a escola do futuro. Queremos algo que projete a escola ou a universidade, em termos de competência, para daqui a dez ou 15 anos."
A FJN está a sentir necessidade de acelerar a execução dos seus programas por causa dos impactos do coronavírus. "A pandemia só torna a nossa missão mais relevante, urgente e emergente. A terceira vaga está a ter muito impacto na educação."
Em meio ano, já foram utilizados 6% (300 mil euros) dos 5 milhões de euros do orçamento disponível nos próximos dois anos para as bolsas reembolsáveis. "Se na pandemia houver um conjunto de candidaturas mais alargado, admitimos mais orçamento", indica Carlos Oliveira.
Como a fundação quer ajudar no conhecimento dos portugueses dos 8 aos 80, "é muito natural que, nos próximos anos, apareçam programas noutras áreas e segmentos etários. Os desafios são grandes em muitas áreas".