Quer ser a organização que vai gerir o futuro sistema de reembolso no que às embalagens de bebidas diz respeito. E ajudar a cumprir as metas da sustentabilidade determinadas pela União Europeia. A Associação SDR Portugal é candidata à gestão do futuro Sistema de Depósito e Reembolso de bebidas não reutilizáveis de plástico e metal (alumínio e aço) que será implementado em Portugal, conforme estabelecido na lei. E no mês passado, à organização sem fins lucrativos chegou novo diretor-geral..Miguel Aranda da Silva - que conta com uma vasta experiência no setor dos resíduos - conversou com o Dinheiro Vivo e demonstrou o seu entusiasmo pelo novo cargo e com o que o SDR Portugal pode vir a aportar para a redução de resíduos no país. Se a associação ganhar o concurso, serão investidos 100 milhões de euros para a implementação de 3600 máquinas de recolha de embalagens..As novas máquinas, que lerão os códigos de barras das embalagens vão reembolsar o consumidor com o valor que já depositou quando comprou a bebida. "No final, volta a entregar a embalagem na máquina", explica Aranda da Silva que revelou que, para que este sistema possa avançar, vai ser necessário produzir novas embalagens. "O modelo implica ano e meio a dois anos para entrar em funcionamento e há toda uma adaptação daquilo que são as embalagens que hoje estão no mercado, para que depois a tecnologia funcione", diz..Do investimento de 100 milhões de euros, 70 milhões serão despendidos nos dois primeiros anos, para a implementação do sistema. "A ideia é usar o retalho e a nossa distribuição para ter as máquinas, pois está estudado que é aí que elas funcionam. Ou seja, levamos sacos quando vamos às compras. Esse saco pode ir com as embalagens que vamos deixar na máquina", diz Aranda da Silva..O investimento provém dos acionistas do SDR, que incluem 80% das empresas do setor da distribuição e 70% das produtoras de bebidas ou embaladoras e prevê-se uma redução significativa das quantidades totais de lixo (30% a 40%) e corte de 70% a 90% nas embalagens de bebidas deitadas fora. Também se prevê menos custos na limpeza urbana, que rondará 20 a 40 milhões de euros/ano..Antes de mais, porém, será necessário que o governo decida o enquadramento legal para o concurso público e para que finalmente seja atribuída a licença ou a concessão da gestão destes resíduos. "Temos tido vários contactos e há vontade política para que o modelo seja montado", explica Miguel Aranda da Silva, frisando que as metas que a União Europeia estabeleceu são já para 2025. "Acreditamos que talvez no final do verão possamos ter o enquadramento legal necessário para ir a concurso para termos uma licença ou que nos seja atribuída uma concessão.".Quanto a concorrentes diretos, o responsável não identifica nenhum. "Temos um conjunto de acionistas relevante para o que é a responsabilidade alargada do produtor e isso posiciona-nos de maneira particular", diz, frisando que tudo depende do que serão os critérios de atribuição da operação. Se a proposta do SDR Portugal vencer, o sistema de recolha e reembolso que atualmente já existe em projetos-piloto pelo território nacional, tenderá a desaparecer.