Segurança na nuvem, nome de código: z13s

A IBM continua a investir no negócio dos mainframes, servidores de grande potência normalmente associados a grandes empresas
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Se muitos acreditam que o negócio dos mainframes está obsoleto, tantos outros continuam a comprar estas supermáquinas que tornaram a IBM num colosso.

Esta semana, a Big Blue voltou a mostrar porque é que os mainframes continuam relevantes, ao lançar o novo z13s com foco na segurança para a nuvem híbrida e dirigido às empresas de média dimensão. Chegará ao mercado em março e vem cheio de novidades de cibersegurança.

É um lançamento interessante porque a própria CEO da tecnológica, Ginni Rometty, disse na sua apresentação que a IBM é agora uma empresa de computação cognitiva e plataformas nuvem, que compõem dois dos “imperativos estratégicos” da empresa. Os outros são a segurança e o móvel.

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Ginni Rometty Foto: REUTERS/Steve Marcus[/caption]

O “s” no nome do z13s não significa segurança, mas podia ser. Esse é o principal ponto de venda desta nova versão do mainframe, que se junta à família z13 lançada no ano passado após cinco anos e mil milhões de dólares de investimento.

Trata-se de uma estratégia crítica num momento em que muitas empresas começam a olhar para a nuvem como uma opção viável, mas receiam a transição de todos os seus dados e sistemas dos servidores localizados nas suas instalações para uma nuvem pública. A consultora IDC prevê que no próximo ano 80% das empresas façam algum tipo de implementação em nuvem híbrida, que mistura serviços na nuvem pública com nuvem privada local (on premise). É aqui que entra o z13s.

“Este é o servidor mais seguro do mundo”, diz ao Dinheiro Vivo Sophia Lopez, diretora de programa na divisão z Systems Solutions da IBM. “Encripta e descodifica duas vezes mais rapidamente e tem autenticação multifator”, explica a responsável.

No entanto, uma das novidades mais interessantes é a adição da solução Cyber Security Analytics, que foi desenvolvida pela IBM Research. “O sistema aprende o que são padrões normais e deteta atividades maliciosas e comportamentos estranhos”, sublinha Lopez, “tudo em tempo real.” Há uma aplicação óbvia em empresas com informações sensíveis, tais como bancos e seguradoras ou instituições de saúde, mas não só. “Que empresa não quer poder prevenir um ataque? Não é só para o sector financeiro.” Retalho, transporte e viagens são outras áreas onde as vendas de mainframe têm crescido.

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REUTERS/Morris Mac Matzen[/caption]

Depois há a questão do desempenho, claro: o z13 consegue processar 2,5 mil milhões de transações por dia. Com a encriptação embebida no hardware, mesmo que se dê um ataque os dados não vão fazer sentido para os piratas, sem que essa camada de segurança torne os processos mais lentos.

Mas muitos dos novos programadores não têm experiência com mainframes ou acham que é coisa do passado, o que justifica o investimento da empresa em eventos para “aprofundar o envolvimento com a comunidade.” Em março, vai abrir o Z Developer Community Hub, que dará aos programadores a oportunidade de testarem e otimizarem código. Na próxima semana, durante o evento anual InterConnect em Las Vegas, serão realizadas maratonas de hacking (hackatons) dedicadas à tecnologia mainframe.

Tudo isto parece estar a resultar: em 2015, as vendas de mainframes subiram 21% enquanto outras áreas do hardware da IBM caíram, como foi o caso dos sistemas de armazenamento. “Tivemos um crescimento muito positivo no ano passado, o que é normal após o lançamento de um novo mainframe”, indica Lopez. “Mas a verdade é que temos sempre crescido de forma consistente. É pelo valor que as pessoas reconhecem, uma vez feitas as contas ao custo total de propriedade e ao custo potencial de uma falha de segurança.”

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