Setor do franchising representa 5,8% do PIB nacional

Área de negócio vale mais de 11 mil milhões de euros, corresponde a 2,3% do tecido empresarial Português e conta com cerca de 15 mil pequenas e médias empresas a funcionar neste regime. Setor emprega cerca de 200 mil pessoas.
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A Associação Portuguesa de Franchising nasceu em 1987 com a missão de estudar, divulgar e promover o setor em Portugal.

Setor este que, segundo a secretária-geral da APF, Cristina Matos, vale mais de 11 mil milhões de euros, ou seja 5,8% do PIB nacional. Ao todo, a área do franchising corresponde a 2,3% do tecido empresarial Português e conta com cerca de 15 mil pequenas e médias empresas (PME"s) a funcionar neste regime. É um setor que emprega cerca de 200 mil pessoas, o que corresponde a 530 marcas a operar no nosso país. Destas, 66% são portuguesas.

É neste contexto de crescimento que a APF "quer afirmar-se como interlocutor privilegiado junto do poder político e demais entidades públicas com intuito de dinamizar o mercado interno de franchising e alavancar a expansão internacional dos seus associados", como explica ao Dinheiro Vivo, Cristina Matos.

Atualmente a Associação Portuguesa de Franchising tem mais de 150 associados, cujas áreas de negócio vão da estética às agências imobiliárias, passando pela alimentação e distribuição, entre outros.

Anualmente, cada franchisado que abre cria, em média 10 empregos. Mas este é um número que "varia muito entre as grandes e as pequenas franquias", alerta Cristina Matos. "Temos franquias, que devido ao horário alargado e à sua logística operacional, pode ir até aos 80 colaboradores e temos as micro franquias, em que basta ter o próprio franquiado, numa ótica do auto-emprego", refere aquela responsável.

Quanto ao número de franquiados que cada marca abre por ano, a secretária-geral da APF, explica ser necessário ter em consideração "o plano de expansão, a maturidade da rede e a sua cobertura territorial", já que uma rede madura e "com uma grande cobertura nacional tende a crescer mais lentamente e muitas vezes, não abre novas unidades, mas revende as unidades que já estão em funcionamento". E dá o exemplo da Remax, que no primeiro ano de atividade em Portugal abriu 35 unidades, embora a "a grande maioria das marcas tem como objetivo abrir entre 5 e 10 unidades".

Nesta altura pós-pandemia a APF prevê "uma maior prosperidade para os franqueados mais fortes e em setores que não foram afetados pela pandemia, tal como a área de supermercados, no sector da imobiliária e alguns serviços", já que a crise provocada pela covid em 2020 e 2021 "enfraqueceu a maioria dos pequenos negócios com principal incidência na restauração e turismo".

Todas as empresas que abram uma franquia têm de pagar royalties (pelo direito de usar a marca) ao franquiador (dono da marca).

Depois dos confinamentos devido à covid e numa altura em que a Europa se vê a braços com a guerra na Ucrânia - embora o seu impacto no setor do franchising ainda não seja mensurável - Cristina Matos explica que "nestes tempos de contingência, muitas marcas suspenderam a cobrança dos royalties e das respetivas taxa e em alguns casos, quando o franqueador era proprietário do imóvel, foram suspensas as rendas".

Não obstante os royalties serem, conforme frisa "o pagamento por todo o know-how que a franqueadora disponibiliza aos seus franquiados, ou seja, uma permissão para a exploração de direitos intelectuais e de marca", numa situação económica estável.

Assim para encontrar soluções que minimizem o "decréscimo abrupto das vendas", as reuniões (com os masters), muitas vezes passaram a ser diárias, o que serve de motivação aos franquiados.

Cristina Matos ressalva que os negócios ainda se ressentem de terem estado fechados, ou praticamente sem atividade, durante os dois últimos anos e o facto de ter sido possível regressar à sua atividade "mesmo com alguns constrangimentos, é bastante animador. As pessoas estavam cansadas do confinamento e o retorno à vida "normal" era muito desejado".

Na hora de decidir por abrir um negócio, o investidor pode precisar de um incentivo para decidir o seu caminho e é neste sentido que Cristina Matos explica quais as vantagens de optar por uma franquia.

De todas, o fator mais determinante que aquela responsável aponta é "poder ser empresário de um conceito de negócio já testado e reconhecido no mercado". Para além desta vantagem a secretária-geral da APF refere que, quem decidir abrir um franchisado, tem ainda a hipótese de investir numa marca já conhecida e num modelo de negócio que apresenta resultados positivos, além de diversos outros fatores, destacando-se a maior probabilidade de lucro a breve prazo.

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