Socorama tem um mês para apresentar plano de recuperação aos credores

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A exibidora de cinema Socorama vai apresentar um plano de recuperação nos próximos 30 dias, suspendendo a liquidação da empresa, ficou hoje decidido em assembleia de credores, realizada em Lisboa.

A assembleia decorreu durante a manhã no Tribunal do Comércio de Lisboa, no Campus de Justiça do Parque das Nações, onde estiveram reunidos a administração da empresa e os credores, na sequência de um pedido de insolvência.

O processo remonta ao início do ano, quando a exibidora encerrou cerca de meia centena de salas de cinema em centros comerciais e outros espaços explorados pela empresa em todo o país.

Contactado pela agência Lusa, João Paulo Abreu, administrador da Socorama, respondeu a perguntas por correio eletrónico sobre as decisões tomadas na assembleia de hoje, indicando que a liquidação da empresa fica suspensa, mas não fica suspenso o processo de insolvência.

"Os credores entendem que será melhor analisar uma eventual proposta de pagamento do que avançar para a liquidação, que não é mais do que um processo em que os bens da empresa são vendidos para pagar aos seus credores", apontou.

Questionado sobre o valor em dívida e o número de credores da Socorama, João Paulo Abreu indicou que os valores "rondarão os da petição inicial, e que andam na ordem dos 14 milhões de euros, repartidos entre cerca de 160 a 170 credores, dos quais, cerca de 100 são trabalhadores".

Sobre a possibilidade de avançar com o processo de recuperação da empresa e no que acontecerá às dívidas, o responsável indicou que "serão pagas com base no que vier a ser aprovado" no processo.

Ainda sobre a assembleia de hoje, indicou que os participantes votaram pela "apresentação nos próximos 30 dias do plano de recuperação preparado pela administração em conjugação com o administrador de insolvência, a continuação da atividade da empresa com gestão assegurada pelo devedor, e a suspensão da liquidação".

Questionado sobre as salas de cinema que estão em funcionamento indicou as do Espaço Guimarães, Guimarães Shopping, Torres novas, Santarém, Sintra, e Barreiro.

Quanto às salas de Cascais e do cinema Londres, em Lisboa, disse que vão reabrir, embora não exista ainda uma data definida.

Questionado sobre o eventual interesse de outros operadores em reabrir salas de cinema encerradas, indicou: "Temos conhecimentos do interesse e da intenção de apresentar propostas", mas remeteu a responsa para os proprietários dos centros comerciais.

Relativamente à situação dos trabalhadores envolvidos no processo, que rondam uma centena, o administrador da Socorama disse que o despedimento coletivo desencadeado em janeiro deste ano "ficou sem efeito pelo processo de insolvência".

Quanto às queixas de trabalhadores sobre a falta de documentação para pedidos de subsídio de desemprego, João Paulo Abreu admitiu que "pode ter existido um ou outro caso de atrasos na entrega dos formulários para entrega na Segurança Social com vista á obtenção do subsídio de desemprego".

"O administrador de insolvência, em articulação comigo e com o responsável de recursos humanos da empresa, estamos a diligenciar para que tais situações sejam o mais rápido possível resolvidas", garantiu.

Quanto aos próximos passos neste processo da exibidora Socorama, disse que a proposta de recuperação será apresentada no limite, nos próximos 30 dias, e depois será então o tribunal a marcar nova assembleia para votação dessa proposta.

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