Sonae Capital com prejuízos de 16,4 milhões até setembro

Resultados foram influenciados pelos efeitos da covid-19, em especial nos segmentos de Fitness, Hotelaria e Engenharia Industrial, "bastante expostos ao impacto da pandemia", lembra o CEO da empresa, Miguel Gil Mata
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A Sonae Capital fechou os primeiros nove meses com um prejuízo acumulado de 16,38 milhões de euros, que compara com os 3,66 milhões de lucros que havia registado no período homólogo. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa sublinha que os números espelham "os impactos da pandemia", em especial nos segmentos do fitness, da hotelaria e da engenharia industrial, áreas cujo desempenho se manteve "bastante condicionado", apesar do levantamento progressivo, a partir de maio, das medidas de restrição impostas pelo Governo. Miguel Gil Mata, CEO da holding do grupo Sonae, fala num contexto "muito desafiante", mas garante que o compromisso da empresa é "maior do que nunca".

Apesar disso, o volume de negócios consolidado da empresa cresceu 32,6% para 202,91 milhões de euros, dos quais 193,68 milhões referentes à faturação das várias unidades de negócio, que cresceu 42,3%. Um desempenho "que se deve unicamente ao contributo do negócio de Trading e Comercialização, no segmento de Energia, que passou a ser incorporado no portefólio desde o terceiro trimestre de 2019", explica a empresa. EM sentido contrário, o volume de negócios da unidade de Activos Imobiliários caiu 36% para 15,98 milhões de euros. Já EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado registou uma quebra de 57,1%, passando de 32,02 milhões para 13,75 milhões de euros.

O investimento bruto da companhia situou-se nos 16,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano e que compara com os 38,7 milhões do período homólogo. O destaque, este ano, vai para o investimento em curso no segmento de Energia, nomeadamente na fase final do desenvolvimento da central de cogeração de Biomassa em Mangualde, para o plano de expansão do segmento de Fitness e para a renovação das instalações do Porto Palácio Hotel e do Aqualuz Tróia, no segmento da Hotelaria, bem como para o arranque do projecto da unidade hoteleira da Estação de Santa Apolónia, em Lisboa.

A dívida financeira líquida agravou-se em 3,13% para 148,2 milhões de euros, face ao período homólogo, mas a empresa sublinha que dispunha, no final de setembro, de 81,2 milhões de liquidez e linhas de crédito, o que lhe permite encarar "com confiança" os "tempos de incerteza que prevalecem".

Na análise por áreas de negócios, destaque para os 150,6 milhões de euros de volume de negócios do segmento da Energia, influenciados pela integração da Futura Energía Inversiones. Recorde-se que, já apís o final do terceiro trimestre, a empresa anunciou a aquisição de seis centrais de cogeração em Espanha, uma transação que lhe permitiu mais do que duplicar a potência instalada (para 165 MW) e alargar o portefólio internacional , ao mesmo tempo que reforçou a sua presença no mercado espanhol.

No Fitness, a faturação ficou-se pelos 19 milhões, 38,8% a menos do que no período homólogo. "Apesar destas condicionantes, o EBITDA manteve-se positivo, tendo ascendido a 2,4 milhões", diz o comunicado. Na hotelaria, outros dos segmentos mais afetados pela covid-19, as vendas foram de 9,8 milhões de euros, 58,1% abaixo do ano passado. Quanto ao segmento industrial, representado pela ADIRA, a quebra foi de 14,4% para 5,3 milhões de euros.

Sobre a unidade de ativos imobiliário, a Sonae Capital destaca que dispunha, a 30 de setembro, de ativos avaliados em 312,1 milhões de euros, "incluindo uma parcela de activos avaliada pela Cushman & Wakefield (C&W), no valor de 240,2 milhões, bem como os ativos em posse do Fundo WTC, cujo valor de mercado se situava, na mesma data, em 71,9 milhões de euros". O capital empregue neste bloco de ativos ascendia a 188,9 milhões, frisa. Recorde-se que, no início do mês, a empresa anunciou a venda do edifício do hotel Aqualuz, em Lagos, ao Fundo de Investimento Imobiliário Aberto Imofomento, por 20,650 milhões de euros, cuja escritura "será efetuada, previsivelmente, durante o ano de 2020".

Destaque, na mensagem do CEO da empresa, para os resultados da Oferta Publica de Aquisição da Sonae Capital: "A Efanor detém, agora, 92,3% do capital da sociedade, num movimento que não pode deixar de ser interpretado como um redobrado interesse e confiança na empresa e nas suas equipas, por parte da entidade que é, e foi desde sempre, o nosso acionista de referência", sublinha Miguel Gil Mata.

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