A Sonae trabalha com startups nas suas diferentes fases e em vários pontos do mundo, incluindo universidades, entidades de Investigação & Desenvolvimento (I&D), incubadoras e aceleradoras de negócios e outras organizações, nomeadamente retalhistas internacionais..Entre 2016 e 2017, trabalhou com 123 startups em iniciativas de aproximação, 50 em provas de conceito, piloto e implementações e 14 com investimento..Nada de novo para o grupo liderado por Paulo Azevedo, que há muito aposta na inovação e na criação de parcerias para encontrar novos produtos e soluções para os mais diversos negócios..O trajeto valeu-lhe, no ano passado, a distinção pela Startup Europe Partnership, na categoria Open Innovation Challengers, passando a ser a única empresa portuguesa considerada amiga das startups..Então o que distingue a Sonae de todos as outras empresas portuguesas que apoiam startups?.Para Nuno Lopes Gama, head of Innovation & Future Tech Sonae, o que distingue o grupo é “a orientação para os resultados e concretização dos objetivos, porque estas empresas enfrentam grandes desafios, de crescimento, mas também de sobrevivência, a taxa de mortalidade é muito elevada”..No apoio que é dado, explica: “Temos em conta a exposição dessas empresas à realidade, com grande abertura pela nossa parte, dando-lhes espaço nas nossas prateleiras, em operações conjuntas com outros players, e abrimos portas para novos clientes.”.As startups, ou ainda ideias de negócio, chegam à Sonae através das diversas iniciativas que organiza, como os dias abertos, os concursos, além “do contacto permanente” que mantém “nos fóruns onde gravitam as startups”, refere Nuno Lopes Gama..O grupo de Paulo Azevedo conta ainda com soluções avançadas, como é o caso do Bright Pixel, um company building studio para a área tecnológica. Celso Martinho juntamente com a Sonae Investment Management (Sonae IM) lançaram o projeto há dois anos, com o objetivo de apostar no investimento de ideias e empreendedores. Conta para isso com especialistas em desenvolvimento de tecnologias de informação, designers criativos em tecnologia web e mobile, cibersegurança, big data..E, neste projeto, o apoio às startups distingue-se por reunir no mesmo espaço os três principais passos para o desenvolvimento de uma nova empresa: “O apoio tecnológico para o desenvolvimento do produto, a incubação e a capacidade de investir”, diz Celso Martinho..No Bright Pixel, o modelo de funcionamento segue direções paralelas, uma com base no laboratório de projetos, em colaboração com grandes empresas que colocam os seus problemas e que de forma experimental os tenta resolver. “Não se trata de consultoria, mas um modelo que permite avaliar a oportunidade de construir um produto e apoiar a startup, uma equipa nesse sentido.”.Outra, a incubação de empresas tradicional. “Uma boa startup, uma boa equipa alinhada com os nossos interesses pode ficar incubada durante seis meses, contando com todo o tipo de apoio e acesso a grandes clientes”, acrescenta..Celso Martinho salienta ainda outra forma de apoio às startups: “É muito distintiva do normal, e é a nossa favorita. Começamos por identificar um produto, e em vez de apoiar uma startup escolhemos a equipa certa para o desenvolver. Se correr bem é uma nova empresa. É um processo mais orgânico, mais interno”..Quanto ao investimento, este responsável lembra que são também “os únicos com capacidade de apoiar as startups em todas as fases, incluindo o investimento em coordenação com a Sonae, capacidade que foi aumentada há meses com a criação de um fundo para investimentos iniciais”..Contabilizando um ano e meio de atividade, o Bright Pixel já realizou dez investimentos, com cerca de um milhão de euros por ano, “valor que vai agora aumentar com o fundo”, conclui.