Sonae: lucros caem 22% no primeiro semestre

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A Sonae encerrou o primeiro semestre com 36 milhões de euros de resultados líquidos, o que representa uma quebra de 22% face a igual período de 2011. Nos lucros atribuíveis aos acionistas a quebra é ainda maior (-44%), cifrando-se em 20 milhões.

No final do mês passado o outro gigante da distribuição em Portugal, o Pingo Doce, também apresentou as suas contas semestrais e pela primeira vez deu a conhecer quanto custou a campanha do 1º de maio, 10 milhões de euros. Um valor que teve impacto no EBITDA, que caiu 14,2% para 64 milhões de euros.

Para além disso os lucros do Grupo Jerónimo Martins aumentaram 5,6% para 151,9 milhões de euros, beneficiando principalmente do crescimento da operação na Polónia.

Nas contas da Sonae, hoje apresentadas, o volume de negócios recuou 2%, para 2,53 mil milhões de euros, "evolução que só foi possível graças a novos ganhos de quota de mercado".

O contribuito dos hipermercados Continente (Sonae MC) foi de 1,535 milhões de euros, 2% inferiores ao período homólogo no universo comparável de lojas. Isto apesar de, a holding ter "reforçado a sua posição de liderança no mercado alimentar, com o aumento de quota de mercado estimado de 0,3 pontos percentuais".

Já no concorrente, nas cadeias de supermercados Pingo Doce as vendas cresceram 6,1% no total e 2,4% em termos comparáveis, o que significa que o Pingo Doce conseguiu inverter a tendência de queda de vendas, objetivo que anunciou no início do ano, e que foi alcançado com diversas campanhas promocionais, sendo a do 1º de maio a que teve mais impacto.

No comunicado enviado à CMVM a Sonae dá ainda conta de um crescimento do EBITDA recorrente de 7% para 269 milhões de euros, sendo o contributo da distribuição de 95 milhões de euros, mais 16%.

Já a Sonae Sierra registou 544 milhões de euros de faturação. Uma quebra de 1% face ao mesmo período de 2011, apesar de um aumento de 6% na área de vendas. Num universo comparável de lojas a quebra é de 10%. A retração do mercado interno, onde a faturação caiu 8%, foi apenas "parcialmente compensado" pelo crescimento de 20% das vendas nos mercados internacionais.

No que diz respeito à Sonaecom o volume de negócios cai 4% para 407 milhões de euros. O Grupo explica estes valores com "essencialmente menor volume de vendas de equipamentos (-18,6%), e menores receitas de serviço (-3%)".

Sobre as contas, Paulo Azevedo, CEO da Sonae, afirma: "O resultado líquido registou os impactos do aumento do custo da dívida e dos resultados indiretos negativos associados às avaliações de centros comerciais na Península Ibérica. Estes fatores estão, naturalmente, dependentes da evolução da situação económica e de crise de dívida soberana em Portugal e Espanha. A nossa presença fora dos mercados Ibéricos tem mitigado significativamente estes impactos, nomeadamente através dos resultados positivos registados na valorização de centros comerciais no Brasil".

No período em causa o investimento total do Grupo ascendeu a 111 milhões de euros, tendo sido conseguida uma redução homóloga de 54 milhões no endividamento financeiro líquido.

A 30 de Junho o endividamento total era de 2.214 milhões de euros.

Continuamos a fortalecer a estrutura de capitais, tendo conseguido atingir uma nova redução homóloga do endividamento líquido consolidado, apesar dos significativos investimentos efetuados (incluindo a aquisição de espectro 4G) e da manutenção da nossa política de dividendos. É também importante destacar o facto de termos realizado um conjunto de operações de crédito de médio e longo prazo, que nos permitiram dar por concluído o programa de refinanciamento da dívida com maturidade até ao final de 2013, bem como desde já assegurar parte das necessidades de refinanciamento de 2014", frisou Paulo Azevedo a este propósito.

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