Sonae Sierra em negociações com autarquias com vista a construir para arrendar

Multinacional de origem portuguesa afirma-se comprometida em ajudar o país a resolver o problema da habitação.
Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra.
Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra.Artur Machado/Global Imagens
Publicado a

A Sonae Sierra, multinacional de origem portuguesa especializada em imobiliário, está a falar com várias autarquias do país para avançar com projetos built-to-rent (construir para arrendar). A empresa tem uma "responsabilidade social em ajudar o país a resolver o problema da habitação", disse esta terça-feira ao Dinheiro Vivo Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sierra, em conferência de imprensa. Sem revelar muitos pormenores, lembrou que o modelo built-to rent "é uma área em franco desenvolvimento nos mercados europeus, mas ainda incipiente em Portugal".

Para já, a aposta neste produto imobiliário está numa fase inicial. "Ainda não estamos a fazer built-to-rent", mas há "uma grande procura e escassa oferta e não há edifícios nem operadores para este segmento", lembrou Guedes de Oliveira. A Sonae Sierra será a promotora e, como é habitual no seu modelo de negócio, quer firmar parcerias para o desenvolvimento destes edifícios destinados ao mercado de arrendamento.

E não é só no built-to-rent que a Sonae Sierra quer apostar. Em perspectiva, estão investimentos em produtos como co-living, serviced apartaments e residências sénior. Como sublinhou Guedes de Oliveira, a empresa quer expandir para o setor residencial em Portugal e Espanha. Este "é um novo ciclo de crescimento" da Sierra, frisou Guedes de Oliveira.

700 milhões em desenvolvimento

Neste momento, a Sonae Sierra tem em curso projetos imobiliários orçados em 700 milhões de euros, sendo que 40% deste montante já está em execução e os restantes 60% estão alocados a investimentos em fase de licenciamento. No segmento residencial encontram-se em desenvolvimento o Pulse e o República, este último integra também escritórios, ambos em Lisboa. No Porto, está em construção o Viva Office. Ainda na capital, está a ser edificada a terceira torre do Colombo, obra com 35 mil metros quadrados de área bruta, espalhados por nove pisos. A torre estará concluída no final de 2025, mas já no próximo mês o grupo AXA formalizará a aquisição de 74% do projeto. A aguardar aprovação, estão quatro projetos residenciais para o segmento médio/médio-alto: dois no Porto, um em Lisboa e um em Bucareste (Roménia).

Hotelaria é novo negócio

No encontro com jornalistas, a Sonae Sierra anunciou ainda a constituição de uma parceria com a norte-americana PGIM Real Estate, para a compra de ativos na área da hotelaria em destinos consolidados no espaço ibérico. A PGIM Real Estate é um dos maiores gestores mundiais de imobiliário, respondendo por uma carteira de 210 mil milhões de dólares. Esta joint-venture, onde a multinacional portuguesa detém uma posição de 10%, já se materializou na aquisição de um hotel no centro do Porto, cuja inauguração está prevista para a segunda metade do ano.

Segundo Guedes de Oliveira, que não deu mais informações sobre a unidade adquirida, há já quatro outras oportunidades de aquisição em estudo, para concretizar a curto prazo. Em Portugal, o radar desta joint-venture está centrado no Porto, Lisboa e Algarve. Nesta parceria, entra também a Iberian Hospitality Solutions, empresa de gestão de ativos e de hotelaria, para criar valor às unidades hoteleiras.

A Sonae Sierra fechou o exercício de 2023 com uma carteira de 7000 milhões de euros de ativos sob gestão, 25% dos quais fora dos centros comerciais, a principal área de negócio da empresa. Refira-se ainda que, no ano passado, as vendas dos lojistas dos shoppings do grupo na Europa atingiram os 3400 milhões de euros, um aumento de 11% face a 2022. Como sublinhou Guedes de Oliveira, foi "o melhor ano de sempre".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt