Os gelados da Swee são feitos com ingredientes vegetais e têm uma reduzida percentagem de açúcar. A empresa nasceu de um negócio falhado, em 2021, pela mão de Tiago Rebelo, licenciado em Gestão pela Nova SBE, e Diogo Valente, formado em comunicação empresarial pelo ISCEM. “Quando em março de 2020 a pandemia paralisou o país, na altura com 21 anos, tínhamos uma empresa de eventos que viu a sua faturação cair abruptamente. Como fechar portas não era uma solução, tivemos que nos reinventar e a Swee é, portanto, um produto da pandemia”, explica Diogo Valente. .Com olho para o negócio, os dois jovens empreendedores decidiram apostar num produto ao qual muito poucos conseguem resistir. “Em 2021, sabíamos duas coisas: que os supermercados iam estar sempre abertos, porque as pessoas precisam de se alimentar, e que ia ser muito difícil levar um estilo de vida saudável pelo sedentarismo característico da pandemia, assim como pelo alto custo de vida que está associado a uma alimentação mais saudável. Decidimos combinar ambos e desenvolver o verdadeiro produto acessível. A razão pela qual escolhemos a categoria dos gelados foi baseada numa crença nossa de que toda a gente gosta de gelados e é, na verdade, a categoria mais querida do supermercado”, diz Diogo Valente..Os dois fundadores da Swee atuaram sozinhos, até agora. “Estávamos a testar o nosso conceito. Acreditamos que, neste momento, reunimos as condições para escalar o projeto de forma mais agressiva e fechámos recentemente uma ronda de investimento para nos apoiar nessa expansão”..A operação de financiamento será anunciada apenas em maio pelo fundo que investiu no projeto. “Ainda não podemos dar muitos detalhes acerca da mesma, mas a seu tempo iremos partilhar novidades”, diz Tiago Rebelo ao Dinheiro Vivo..O capital fresco deverá financiar a expansão da atividade da empresa em Portugal e nos Estados Unidos, mercado onde entraram no ano passado, e que é a grande aposta internacional. “Atualmente, cerca de 20% das nossas receitas provêm dos EUA e estamos confiantes que poderá ultrapassar os 50% ainda em 2024, caso os planos que temos em linha se concretizem”, adianta Tiago Rebelo. .A marca está, por enquanto, no estado do Texas, na cadeia Central Market, mas já há novos negócios fechados. “Já recebemos a confirmação que iremos ser listados na Walmart.com e na Kroger.com e estamos em contacto com outras cadeias conhecidas”. O objetivo é também ir além do Texas (“que se fosse um país, seria qualquer coisa como o 8.º país com maior PIB do mundo”), e “atacar a zona da Califórnia e de Nova Iorque, num futuro próximo”. .O investimento angariado agora deverá financiar os próximos dois anos.“Temos um plano sólido, bem trabalhado e estamos confiantes na sua execução. Sabemos que um dos maiores desafios que temos pela frente é a construção de marca, tanto em Portugal, como nos Estados Unidos e acreditamos que, para esse fim, daqui a dois anos necessitaremos de realizar uma nova ronda”, antecipa Diogo Valente..A Swee é vendida nas cadeias Continente, Meu Super, Auchan e El Corte Inglés. “Temos boas perspetivas para ser listados este ano em mais três cadeias, refletindo-se em cerca de 250 pontos de venda adicionais, mas ainda não recebemos confirmação”, explica Tiago Rebelo. O canal delivery - estão presentes na Bolt Foods, Glovo Express e Uber - “representa cerca de 10% das nossas vendas, o que é interessante, tendo em conta que são apenas 2% dos nossos pontos de venda”, acrescenta..Com o objetivo de faturar 500 mil euros até ao final do ano, Tiago Rebelo sublinha que “a métrica mais importante que analisamos é a variação das vendas em cada ponto de venda, e temos sentido um aumento de quatro vezes na rotação na maioria dos pontos onde os consumidores já nos podem encontrar”. .Tanto a produção como a logística são feitas em outsourcing. “Para a produção do gelado, trabalhamos com três fábricas a nível nacional, localizadas no norte do país. Acrescentamos mais valor focando-nos na inovação, marketing e comercial”, diz o cofundador da Swee. Neste momento, a produção ronda os dez mil copos mensais de gelado, e a tendência tem sido de aumento no primeiro trimestre deste ano. Ainda em fase de startup, a Swee emprega quatro pessoas e tem “duas vagas abertas para a área de marketing e outra para operações. Acreditamos que vamos chegar ao fim do ano com sete pessoas na equipa”, diz.