A Palmeira fecha portas na véspera de Natal para nunca mais as abrir, 60 anos depois de José de Almeida a ter fundado em 1954. Quem o confirmou ao Dinheiro Vivo, foi a sua filha, Maria Rosário Carapinha, que assumiu o negócio depois da morte do pai em 2006..Aos 57 anos, a atual gestora lamenta - ainda que muito à pressa, pois é hora de "almoço e estamos cheios de serviço"- o encerramento do restaurante, admitindo que é o fim, pois não irá fazer transitar o restaurante para um outro qualquer novo espaço..O espaço muito apetecível, situado na fronteira do Chiado com a Baixa, à Rua do Crucifixo, foi aliás a razão que levou o restaurante a fechar portas, depois de ter sido vendido pela Câmara de Lisboa a um investidor..Desconhece-se em concreto os planos do novo dono, mas a notícia do encerramento da Palmeira espalhou-se, tendo já um dos autores a escrever sobre a tasca, no livro "Guia Aliança Velha das Tascas de Lisboa", Tiago Teixeira Cruz, a dizer que "a pouco e pouco Lisboa vai-se descaracterizando." Ler aqui.."Paradoxalmente, para fazer coisas que agradem ao turista vai-se a perdendo a autenticidade que traz cá esses mesmos turistas", acrescentando que "brevemente seremos uma cidade com um centro histórico tão uniformizado e desinteressante como as outras capitais europeias.".E, nesse dia, acrescenta o também criativo da criativo na agência de publicidade JWT, "os turistas partirão em busca de outra cidade onde encontrem vestígios da sua cultura original. E nós - sentados num McDonald's ou numa hamburgueria como as outras - vamos chorar de saudade as nossas velhas tascas..Segundo o "Guia Aliança Velha das Tascas de Lisboa", foi José de Almeida que fundou a Palmeira, quando acabou de cumprir ou serviço militar em Cabo Verde, de onde vem a paixão pelas palmeiras..Frequentada sobretudo por estudantes das belas-artes e empregados do comércio e dos serviços da zona, a Palmeira tem vários petiscos vários, que vão desde o pica-pau, moelas, linguiça assada até aos típicos pasteis de bacalhau, rissóis..Mas a Palmeira também tem pratos diários, onde se destacam as caras e barrigas de bacalhau, à lagareiro ou com broa, as favas, ervilhas, dobrada, feijoada, mão de vaca com grão, rancho e cozido à quarta-feira. "É a própria Maria Rosário Carapinha que adquire os víveres todas madrugadas no Mercado da Ribeira, garantindo assim a qualidade dos comeres, lê-se no Guia.