Taxa de juro dos novos empréstimos à habitação superou os 4% pela primeira vez em 11 anos

Reembolsos antecipados de crédito à habitação voltaram a aumentar em maio, indica o Banco de Portugal. Nos novos depósitos de particulares, a taxa atingiu 1,26%, o valor mais elevado em oito anos.
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A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação cresceu de 3,97% em abril para 4,15% em maio, superando o limiar dos 4% pela primeira vez em 11 anos. Os dados são do Banco de Portugal, que dá conta que o aumento das taxas de juro médias foi mais moderado nas finalidades consumo (de 8,69% em abril para 8,72% em maio) e outros fins (de 5,18% em abril para 5,19% em maio).

As novas operações de empréstimos a particulares em maio totalizaram 2.289 milhões de euros, mais 495 milhões do que no mês anterior. O aumento foi comum a todas as finalidades, com subidas de 353 milhões no crédito à habitação, de 90 milhões no crédito ao consumo e de 53 milhões de euros nos empréstimos para outros fins.

No crédito à habitação, a taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa variável foi de 4,2% em maio, idêntica à praticada nos novos empréstimos a taxa fixa, que foi de 4,19%.

Indica ainda o Banco de Portugal que os reembolsos antecipados de crédito à habitação própria permanente voltaram a aumentar em maio, passando de 0,67% para 0,81% do stock de empréstimos. "Esta evolução foi comum aos reembolsos antecipados totais (0,52% para 0,66% do stock) e aos reembolsos antecipados parciais (de 0,14% para 0,15% do stock), prosseguindo a tendência de aumento das amortizações antecipadas dos empréstimos, observada desde setembro de 2022", acrescenta.

Quanto às empresas, contrataram um total de 1.796 milhões de euros em novos empréstimos em maio, mais 267 milhões de euros do que em abril. A taxa de juro média para estas operações foi de 5,42%, contra os 5,12% do mês anterior. Diz o Banco de Portugal que a taxa de juro média subiu de 5,44% para 5,55% nos empréstimos até 1 milhão de euros e de 4,76% para 5,22% nos empréstimos acima de 1 milhão.

Depósitos

Também nos novos depósitos de particulares a taxa de juro subiu de 1,03% para 1,26%, "o valor mais elevado em oito anos, embora seja o quarto mais baixo entre os países da área do euro", sublinha o Banco de Portugal. As novas operações realizadas em maio totalizaram 7.490 milhões de euros, mais 1.276 milhões do que em abril.

Refira-se que a taxa de juro média dos novos depósitos era, em maio, de 2,44% na zona euro. Lituânia, Itália e França são os países que remuneram melhor os depósitos, com taxas de 3,25%, 3,12% e 3,09%, respetivamente. Pior do que Portugal só Croácia, Eslovénia e Chipre, com taxas de juro médias de 1,25%, de 1,09% e 0,94%, respetivamente.

"A desagregação por prazo mostra que os novos depósitos com prazo até 1 ano, que representaram 76% dos novos depósitos a prazo, foram remunerados em média a 1,18% (0,95% em abril). Os novos depósitos de 1 a 2 anos registaram uma remuneração média de 1,47% (1,29% em abril). Os novos depósitos com prazo acima de 2 anos, que corresponderam a 9% das novas operações de depósitos a prazo, apresentaram a remuneração média mais elevada, de 1,61% (1,12% em abril)", pode ler-se no relatório do BdP.

Já os depósitos a prazo das empresas foram remunerados, em maio, em média a 2,37%, um aumento de 0,03 pontos percentuais face a abril, "menos expressivo do que o registado em meses anteriores".

No total, as empresas realizaram novas operações de depósitos no valor de 5.732 milhões de euros, menos 163 milhões do que em abril. Destes, 98% foram aplicados em depósitos a prazo até 1 ano.

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