A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) garantiu hoje que a rede de Televisão Digital Terrestre (TDT) cobre 100% do país, por via terreste ou satélite, e, por isso, não pode haver situações de sinal fraco ou inexistente. . "Cem por cento dos cidadãos portugueses têm sinal digital" de televisão, por via terreste ou por satélite, disse aos jornalistas o administrador da Anacom, com o pelouro da TDT, Eduardo Cardadeiro. . Segundo o responsável, que falava em Beja, após ter reunido com autarcas do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, neste momento, a rede de TDT cobre cerca de 90% da população portuguesa por via terreste, sendo que os restantes 10% são cobertos via satélite. Por isso, "não há problemas" de sinal fraco e sem qualidade ou inexistente, porque, agora, "das duas uma: ou as famílias estão numa zona em que têm sinal de televisão digital terrestre, e o recebem com qualidade, ou estão numa zona em que o recebem por satélite com qualidade". "Não há situações intermédias", frisou, referindo que "situações de sinal fraco e sem qualidade era uma realidade da televisão analógica, do passado". . Nesta lógica, eventuais casos de sinal de TDT "fraco ou inexistente", como os denunciados pelo presidente da Câmara de Odemira, no litoral alentejano, poderão dever-se ao facto de pessoas estarem preparadas para receber a TDT via terrestre, mas estão numa zona em que a receção é feita por satélite. "Cem por cento da população portuguesa, em qualquer ponto do território, tem acesso a televisão de forma gratuita, suportando, naturalmente, os custos com a adaptação [à TDT], e sem necessidade de subscrever televisão paga", o que "não acontecia com a televisão analógica", insistiu Eduardo Cardadeiro. . Segundo o responsável, a PT, o operador responsável por instalar a rede TDT e no âmbito das suas obrigações, "está disponível para fazer reforço de cobertura em algumas sedes de concelho onde o nível de cobertura TDT era mais baixo". No entanto, "a PT não está obrigada a fazer nenhum reforço de cobertura face áquilo que já está instalado", frisou, referindo que, fora das obrigações da PT, os munícipios e o operador podem "acordar" o reforço de cobertura em determinadas zonas. . A migração para a TDT está a decorrer "com alguma tranquilidade" e como a ANACOM "esperava", disse Eduardo Cardadeiro, frisando que, até quinta-feira, "menos de 1% das pessoas que tiveram que migrar ligaram para a linha de atendimento da TDT" a reportar problemas. . "Não estou a dizer que apenas 1% das famílias tiveram problemas", porque, "se calhar, houve outras que também tiveram e não telefonaram", mas, "ainda assim, é um indicador muito importante do nível de problemas que as pessoas têm tido", disse.