A vacinação é o principal meio para a prevenção primária de doenças e uma das medidas de saúde pública mais custo-efetivas. Esta é uma das ferramentas com maior eficácia na prevenção de doenças infecciosas graves, para as quais não existem soluções terapêuticas alternativas. E, com à exceção da água potável, nenhuma outra intervenção tecnológica se compara à vacinação no combate a doenças infecciosas e redução de taxas de mortalidade.
Atualmente, apesar do seu impacto positivo, a vacinação continua a ser um desafio de saúde pública para todos, incluindo para os profissionais de saúde. Afinal, temos resultados tão bons com a cobertura vacinal e com a erradicação e o controlo de certas doenças infecciosas que muitas pessoas já negligenciam a vacinação, esquecendo que esses sucessos e bons resultados foram graças ao esforço de vacinação em massa da população.
Neste sentido, é importante reforçar que a vacinação requer um trabalho de educação contínuo, pois estamos a inocular pessoas saudáveis e ainda existe, por vezes, a ideia de que o benefício da imunização não compensa o potencial risco da toma da vacina, como vemos em muitos países onde existe hesitação em vacinar. Um desafio que é facilmente respondido com factos reais: a esperança média de vida aumentou entre 15 e 25 anos desde o surgimento da vacinação, e a cada minuto, cinco vidas são poupadas graças à vacinação, estes números falam por si, são a prova viva do valor das vacinas para a nossa saúde e longevidade.
Mas não ficamos por aqui, a vacinação foi uma enorme conquista que salva cerca de três milhões de vidas todos os anos. Nesse sentido podemos afirmar que o investimento em inovação na área das vacinas se traduz em claros ganhos sociais, económicos e em saúde. Graças à vacinação generalizada, doenças como a varíola foram erradicadas e a poliomielite com os casos reduzidos em mais 99%, em que o vírus tipo 1 é endémico no Paquistão e no Afeganistão.
A vacinação é, com toda a certeza, uma medida de controlo de saúde pública, mas para conseguirmos alcançar esta realidade é necessário que as pessoas vacinem os seus bebés e respeitem o calendário de vacinação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) ao longo da vida. Uma mensagem que assume especial relevância no período que atravessamos de pandemia da covid-19. Em que, à semelhança do que aconteceu com outros serviços de saúde com a redução de consultas e cirurgias programadas através do Serviço Nacional de Saúde (SNS), também o número de pessoas que se deslocam aos centros de saúde para vacinação diminuiu.
O papel da indústria farmacêutica - uma resposta eficaz e segura para todos:
Para alcançarmos esta realidade e este ganho, devemos ainda reforçar o papel da indústria farmacêutica, para garantir uma resposta eficaz e segura para estas doenças, com a fluidez do circuito do medicamento, a investigação de novas soluções, a inovação em plataformas tecnológicas de saúde, a otimização industrial e a construção de novas fábricas para produzir vacinas nas quantidades necessárias, tendo em conta a urgência de determinadas situações como a pandemia dos últimos meses.
Um contributo que, no plano atual, começou ainda antes da fase de recuperação pós-pandemia para conseguirmos ter uma resposta rápida para toda a comunidade. Estes são processos que requerem profissionais altamente especializados, equipamentos adequados e várias etapas de distribuição (fabricante, distribuidor, armazenista, farmácia e utente) que têm uma influência direta no valor de produção, assim como rigorosos procedimentos de controlo de qualidade, conhecimento especializado na cultura de bactérias e vírus, matérias-primas de elevada pureza e estabilidade na cadeia de frio.
O compromisso coletivo para voltarmos à "normalidade":
Concordamos, por tudo isto, que a vacinação não é apenas um compromisso individual, mas um compromisso mútuo, que significa proteger os outros ajudando a alcançar a imunidade coletiva em toda a sociedade, especialmente para aqueles indivíduos que, por razões médicas, não podem ser vacinados sozinhos. Nunca como hoje, valorizámos tanto a saúde e o bem fundamental que é podermos ter uma vida "dita normal", abraçarmos os nossos amigos e família, irmos trabalhar, levarmos os nossos filhos à escola, podermos celebrar juntos festa de família, convivermos com os que nos são mais próximos ou simplesmente socializarmos com os colegas de trabalho.
Hoje, estamos todos pendentes de uma solução que nos venha devolver um pouco da normalidade a que nos habituámos desde sempre e que já nem valorizávamos. Essa solução é uma vacina, que almejamos hoje mais do que nunca porque percebemos o seu enorme valor. Não nos esqueçamos igualmente do incomensurável valor de todas as outras vacinas: aquelas que damos aos nossos bebés e crianças para os protegermos desde os primeiros tempos de vida, as que asseguramos aos nossos filhos adolescentes, mas também aquelas que nós próprios em adultos não nos devemos esquecer de assegurar para nós, para os nossos pais e para os nossos avós!
Afinal, ninguém está seguro até estarem todos seguros e temos o dever de proteger os nossos entes queridos e milhões de pessoas no mundo. E é isto que representa a inovação, é isto que representam as vacinas: a capacidade de vivermos em comunidade sem colocar a saúde do outro em risco.
Diretora-Geral da Sanofi Pasteur Portugal