Tempo de fazer contas e olhar o futuro  

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Fim do ano, é tempo de fazer contas. Este ano, não apenas do estado do país, mas também da herança de oito anos de governo socialista, que terminou funções por demissão do primeiro-ministro.

Nos oito anos do governo de António Costa, Portugal perdeu em toda a linha para os parceiros europeus com os quais se compara. De 2015 para 2022, o rendimento per capita em paridade do poder de compra estagnou em 77% da média europeia. E se em 2015 esse rendimento era superior ao de dez países da União Europeia, em 2022 é apenas superior a cinco. Enquanto a Lituânia subiu 15 pontos e a Hungria nove pontos, Portugal foi caindo rente ao pódio da cauda da União. Abaixo de nós, apenas Eslováquia, Letónia, Croácia, Bulgária e Grécia.

O balanço não se afigura nada positivo. E se do lado do ativo se pode colocar a busca de equilíbrio orçamental, do lado do passivo a deterioração de serviços públicos essenciais, como saúde e educação, só veio acentuar os efeitos dos erros das políticas seguidas, penalizando crescentemente a vida dos cidadãos.

A estatizante Lei de Bases da Saúde e demais legislação complementar foram criadas para servir a ideologia e não os doentes; e a colisão da burocracia de organismos da administração da saúde não reformulados com o exercício de funções do CEO da saúde só aumentou entropias e custos. Liquidaram-se as PPP da saúde, piorou o serviço, cresceram os seguros privados que já ultrapassam os 4 milhões.

Também a absurda política da educação vem promovendo o facilitismo e impede as classes mais desfavorecidas de aproveitar do elevador social que a educação devia servir. O PISA aí está para comprovar uma queda sem precedentes.

Além de políticas erradas, também faltaram políticas. Numa economia descapitalizada, foi completa a inação na criação de um ambiente de atração do capital financeiro necessário à recapitalização das empresas, à produtividade e à formação bruta de capital fixo, de mais a mais quando o seu stock líquido vem diminuindo, já que os investimentos não compensaram as amortizações. Situação agravada com os recordes sucessivos da carga fiscal e a criação de um imposto sobre lucros ditos excessivos, mas que nem remuneram os capitais investidos.
Pode perguntar-se se os governos de António Costa não foram um passivo para Portugal. O leitor responderá.

PS: Os meus votos de um Feliz 2024 para os leitores do jornal e de que traga a todos os seus colaboradores uma boa resolução dos problemas com que se confrontam.

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