
Millennium BCP e Caixa Geral de Depósitos (CGD) são os bancos nacionais que constam da lista de 64 instituições que a ABE vai testar. O exercício de teste à resiliência das instituições de 2025 pretende “dar um contributo valioso para a avaliação da resiliência do setor bancário europeu no atual contexto macroeconómico incerto e em mutação”, lê-se no documento divulgado esta segunda-feira pelo regulador da União Europeia.
“A natureza grave do cenário adverso reflete o objetivo do exercício de teste de esforço, que consiste em avaliar a capacidade de resistência do sistema bancário europeu a um ambiente macroeconómico hipotético gravemente deteriorado”.
A contribuir para este contexto referido pela ABE estão as tensões geopolíticas, algumas delas resultantes dos mais recentes resultados eleitorais, bem como a incerteza relativamente ao que vai acontecer nos mercados mundiais, com as determinações de reposição de tarifas aduaneiras em alguns países a deixar antever um cenário de aleatoriedade em termos financeiros, que poderá pressionar as instituições, como sempre acontece nestas ocasiões. Também a possível contração económica e um esperado aumento de preços em setores essenciais como a energia e os transportes servirá de base ao exercício imposto pelo regulador.
Os testes de stress, que passaram a fazer parte do léxico dos portugueses na altura da crise financeira iniciada em 2008 – após a queda estrondosa da Lehman Brothers – são um mecanismo usado pelo regulador europeu para garantir que as instituições bancárias estão suficientemente sólidas e têm provisões suficientes para fazer face a cenários adversos. Em Portugal, as quedas do BPP, BPN e BES, nos últimos anos, ainda estão vivas nas memórias de todos – sobretudo de quem era cliente dos bancos. Este tipo de exerício, que desde então é feito com regularidade, constitui mais uma forma de tentar acautelar situações idênticas.
A Autoridade Bancária prevê publicar os resultados destes testes de stress em agosto deste ano.