O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quinta-feira a proposta luso-espanhola para um teto máximo aos preços do gás no mercado ibérico de eletricidade, defendendo que esta não irá gerar défice tarifário e que colocará a produtoras elétricas a financiar as poupanças para os consumidores. Por isso, também, dispensará a criação de um imposto extraordinário por lucros inesperados do sector, argumentou.."Não estamos a assegurar nem rendas mínimas nem défices tarifários. A proposta portuguesa e espanhola, que estamos a negociar com a Comissão, aquilo a que obriga é a que precisamente sejam a produtoras de eletricidade, com base nas renováveis, a financiar aquilo que seria um défice tarifário, e portanto a ser o próprio sistema elétrico a suportar os custos da limitação do preço máximo da eletricidade para que o preço da eletricidade não cresça de acordo com o crescimento que está a ter o gás natural", afirmou o líder do governo e resposta à deputada Catarina Martins, do Bloco de Esquerda..Por isso, defendeu, Madrid e Lisboa apresentam "uma medida de puro e simples financiamento através dos ganhos extraordinários e não esperados que o sistema elétrico está a ter". "Em vez de estarmos a criar um imposto sobre esses ganhos, estamos a internalizar esses ganhos, pondo esses ganhos a financiar o controlo do preço da eletricidade para as famílias, para as empresas, para todos", explicou..A proposta apresentada por Costa e do líder do governo espanhol, Pedro Sánchez, ao executivo europeu propõe que os preços do gás vendido ao sistema elétrico ibérico tenham o teto de 30 euros por Mwh, depois de a União Europeia ter aberto uma exceção para Espanha e Portugal no mercado europeu de energia devido ao isolamento energético relativamente ao resto dos países europeus..Segundo o primeiro-ministro português defende esta tarde, a medida permitirá, se aprovada por Bruxelas, poupanças de 690 milhões de euros por mês para os consumidores..Ao aprovar estas medida, os 27 continuaram porém a recomendar a tributação extraordinária de lucros inesperados do sector elétrico para financiamento de medidas de apoio a famílias e empresas, numa possibilidade que o primeiro-ministro português agora afasta e que não estará nos planos do executivo espanhol também..A autorização europeia, discutida no pacote para reduzir dependência energética da Rússia e mitigar subidas de preços, prevê que a tributação excecional possa ser imposta até final de junho, sem aplicação retroativa.