TikTok quer ajuda dos pais para reforçar segurança dos jovens na aplicação

A plataforma vai lançar, até ao final do ano, um conselho mundial de jovens para criar medidas de segurança baseadas na experiência dos adolescentes com a rede social.
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Ao longo dos últimos meses, o TikTok tem vindo a apostar em novas medidas para garantir que a utilização da rede social por parte dos jovens é mais segura. Esta terça-feira, 27. foi anunciada mais uma funcionalidade que pretende ajudar a proteger os mais novos, desta vez recorrendo à ajuda dos pais. A ferramenta permite reduzir a probabilidade dos mais novos verem conteúdos que podem ser considerados impróprios pelos encarregados de educação.

Precisamente porque as famílias não são todas iguais, os adolescentes também não o são. Através da nova ferramenta de Family Paring - ou acompanhamento familiar -, a nova funcionalidade pretende ajudar os pais a acompanhar a utilização que os filhos fazem da rede social, reduzindo o contacto dos jovens com conteúdo que possam considerar menos próprio.

Esta funcionalidade surge depois de ter sido lançada, no ano passado, a opção de filtrar vídeos com determinadas palavras ou hashtags consideradas problemáticas pelos encarregados de educação. Por predefinição, os jovens conseguem ver que palavras-chave os pais adicionaram às restrições, medida que a plataforma considera "transparente" e que promove o diálogo sobre limites e segurança online.

"Acreditamos que as famílias são únicas e que vão desenhar a sua própria abordagem à segurança", explica Emer Cassidy, responsável pela área de product policy do TikTok para a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA), num encontro com a comunicação social, em Lisboa.

Mas se os pais devem ser parceiros do TikTok na missão de assegurar utilizações seguras da rede social, também os próprios jovens têm de fazer parte da solução. Ouvir a experiência dos mais novos no TikTok pode ser "um dos passos mais importantes para construir uma plataforma segura", e será uma realidade até ao final deste ano, com a criação de um conselho mundial de jovens.

O TikTok já está a trabalhar na interação com os mais novos e a agir com base nos seus comentários, designadamente para compreender que tipo de apoio gostariam os adolescentes de receber dos pais ou as melhores formas de conversar sobre segurança e literacia digital.

Nos últimos meses, o TikTok tem vindo a anunciar medidas para garantir a segurança dos jovens, designadamente a limitação do tempo diário de utilização da aplicação para os 60 minutos, anunciada em março, para todos os menores de 16 anos.

Adicionalmente, quem tem menos de 16 anos também não pode ter contas públicas, por predefinição, ou transmitir vídeos em direto, além de todos os conteúdos considerados maduros (classificados para maiores de 18 anos) estarem interditos nos feeds dos mais novos.

A rede social proíbe, ainda, a criação de uma conta por jovens com menos de 13 anos, embora se verifique relativamente simples contornar a questão da idade. Não há nada que indique aos jovens, aquando do registo na plataforma, que a utilização está interdita a menores de 13 anos, pelo que se introduzirem o seu ano de nascimento real não serão admitidos e não conseguirão criar outra conta, ainda que tentem utilizar um endereço de e-mail diferente.

Ainda assim, não existe ainda uma ferramenta de verificação de identidade, o que significa que se os jovens alterarem o seu ano de nascimento, conseguirão utilizar a plataforma.

Quando questionada sobre a facilidade em contornar as regras relativas à idade, Emer Cassidy asseverou que manter os mais novos fora da plataforma é uma "prioridade" e que, entre outubro e dezembro de 2022, o TikTok "suspendeu 17 877 316 contas por suspeita de pertencerem a menores de 13 anos".

A responsável de product policy para a região EMEA, garantiu ainda que há cerca de 40 mil profissionais a trabalhar na monitorização de conteúdo - sejam vídeos, comentários ou contas -, em mais de 70 línguas diferentes, incluindo em Portugal. É ainda utilizada uma ferramenta apoiada em Inteligência Artificial que ajuda na monitorização e deteção de conteúdo considerado impróprio, trabalhando a par com o controlo humano.

De acordo com Adela Leka, responsável de comunicação do TikTok para Portugal, Itália e Grécia, não há conhecimento de que o governo português pretenda "banir a rede social dos dispositivos oficiais", como aconteceu noutros países, nomeadamente nos Estados Unidos da América.

Contudo, reforça ainda que a empresa está sempre "disposta a conversar e colaborar", no sentido de esclarecer dúvidas, quer com o governo português, quer com qualquer outro governo europeu.

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