O Sindicato tem acompanhado "com alguma preocupação" as notícias que dão conta de uma possível venda da companhia pela brasileira Oi, onde a PT Portugal, que detém toda a área operacional do Meo e do Sapo, foi integrada desde maio no âmbito do processo de fusão em curso entre as duas empresas. Por isso, solicitou com "urgência" uma reunião com o CEO da PT Portugal, Armando Almeida, na passada semana, mas ainda aguarda disponibilidade de agenda do atual responsável da PT.
O cenário de venda, sobretudo, num momento em que a Oi parece querer consolidar no mercado brasileiro é encarado com seriedade pelo Sindicato. "Dificilmente a PT terá capacidade de rejeitar uma oferta", diz Jorge Félix, em declarações ao Dinheiro Vivo."Sendo o interesse da Oi [participar na consolidação no mercado brasileiro] é fácil vender a PT Portugal", diz, referindo a situação de fragilidade da empresa depois da situação com o caso Rioforte e do acionista BES (hoje Novo Banco).
"Uma eventual saída de Zeinal Bava [de CEO da Oi] agravará a situação", acrescenta, comenta a notícia da Veja de que os acionistas que controlam a Oi se preparam para afastar o gestor da liderança da operadora brasileira.
O grupo francês Altice, que em Portugal detém a Cabovisão e a Oni, é o nome apontado como estando em negociações para a compra da companhia. "A ser vendida a empresa dificilmente se irá manter [como está]", diz Jorge Félix.
A PT Portugal tem cerca de 12 mil trabalhadores e entre 7 a 8 mil em situação de pre-reforma. "Pessoas que dependem economicamente da PT", frisa. "O governo terá de dizer alguma coisa sobre isto", diz, reforçando que em causa estão milhares de trabalhadores.