Os trabalhadores do Público têm até dia 23 para dizer expressamente se aceitam a redução dos respectivos salários, em alternativa à proposta de 'lay off', entretanto retirada pela administração do jornal.
O prazo foi confirmado à Lusa por Mariana Oliveira, membro da comissão de trabalhadores do Público, que indicou que a comissão "está a aconselhar as pessoas a assinarem".
O sucesso do plano de redução temporária de salários proposto a todos os trabalhadores do jornal depende do número de adesões e este apenas será conhecido "depois do Natal", estima a mesma fonte.
A comissão de trabalhadores e a administração do Público chegaram no passado dia 17 a um consenso que levou a propor a todos os funcionários reduções salariais temporárias, "de modo a enfrentar os prejuízos que a empresa prevê para o próximo ano", de acordo com uma notícia colocada no site do próprio jornal.
De acordo com a proposta, "todos os trabalhadores da empresa deverão ter reduções salariais progressivas, conforme o valor dos vencimentos, durante um ano e meio. A redução dos salários implica o acordo individual de cada trabalhador", segundo o mesmo texto.
A circunstância do acordo remeter para uma decisão pessoal de cada trabalhador, de acordo com Mariana Oliveira, acabou por impedir o plenário de funcionários no passado dia 19 de "tomar qualquer decisão".
As reduções salariais foram apresentadas como "uma alternativa à suspensão temporária dos contratos ('lay off') de 21 trabalhadores", que a administração da empresa pretendia inicialmente levar por diante. "Os trabalhadores rejeitaram o 'lay off' em sucessivos plenários" e sugeriram outras medidas de corte de custos, segundo a notícia no site do Público.
A responsável da comissão de trabalhadores indicou que a solução entretanto encontrada resultou de "cinco reuniões de mais de cinco horas cada" e "foi a melhor possível".
"Estamos a aconselhar as pessoas a aceitarem, mas também defendemos que quem não aceitar não deverá ser alvo de retaliações", afirmou Mariana Oliveira, semelhantes às que aconteceram no anterior acordo de redução salarial [em 2009], em que "quem não assinou não recebeu prémio de desempenho". "Achamos [comissão de trabalhadores] que isso é injusto".
"Já sabemos que há pessoas que estão condições muito complicadas e que não podem mesmo assinar, outras não querem. Quem não assinar não verá o seu salário reduzido. Agora, se o acordo não for para a frente [por escassez de adesões] e a administração tentar avançar com outras medidas nada se pode garantir", acrescentou Mariana Oliveira.
A Lusa tentou, sem sucesso, contratar a administração do jornal para tentar perceber como decorre o processo de adesões à proposta apresentada.