Foi inaugurado o Centro de Cardiologia do Hospital Lusíadas, um projeto que reúne 48 médicos, naquele que, segundo o grupo Lusíadas Saúde, é o maior e melhor centro de cardiologia privado de Portugal.
A grande novidade deste centro prende-se com a forma como aborda as doenças cardiovasculares. De uma forma holística, integrando várias especialidades e "colocando o paciente no centro". A ideia é possibilitar uma medicina personalizada e com foco no doente.
Na prática, isso traduz-se num espaço constituído por um centro ambulatório e uma unidade cardiovascular. O primeiro vai ter ao seu dispor 18 gabinetes, dos quais 8 de consulta, o que significa triplicar a capacidade de assistência, explicou Diogo Torres, coordenador de Cardiologia do cluster de Lisboa, que acrescenta que o centro ambulatório vai permitir não só dar consultas de cardiologia, mas (e essa é a maior vantagem) integrar outras especialidades, como sendo a cirurgia cardíaca, endocrinologia, psicologia.... Já no que concerne à unidade cardiovascular esta vai ter duas salas, uma delas só dedicada à cardiologia e a outra multidisciplinar que permitirá que o hospital comece a atuar em áreas como radiologia de intervenção.
A nova abordagem ao tratamento incide também no recobro. E o exponente máximo dessa atenção é notória no Cardio Lounge, um conceito inovador dado que o paciente "chega e parte pelo seu próprio pé", o que permite, entre outras coisas, como explicou Eduardo Infante de Oliveira, coordenador do Centro de Cardiologia, uma alta precoce. O conceito, explicou foi desenvolvido na Holanda e implementado, em larga escala, no Reino Unido e nos Estados Unidos da América. "A ideia é que o doente perca a noção de que está numa estrutura hospitalar, que esteja num ambiente que faz lembrar um lounge de um hotel, onde está num cadeirão em vez de estar numa cama hospitalar, que tem acesso a televisão, revistas ...". Na prática trata-se de uma humanização dos cuidados.
Este centro surge de uma evolução de uma unidade que foi criada em 2007, com seis gabinetes, e que entretanto, com o crescimento do grupo, já era insuficiente para dar resposta às necessidades dos pacientes. Os três milhões de euros de investimento foram dedicados, por um lado, na "aquisição" de pessoas, diga-se equipa médica e profissionais de saúde, mas também - e principalmente - nos equipamentos topo de gama que equipam as várias (novas) salas.
Esta aposta, referiu Vasco Antunes Pereira, CEO do grupo Lusíadas Saúde, inseriu-se uma reorganização de toda a oferta do grupo Lusíadas na área da grande Lisboa, que passa a beneficiar deste centro que "tem um conjunto de capacidades que não tínhamos antes". Por outro lado, esta é também uma forma de colmatar a algo que se assistiu nos últimos dois anos, fruto da pandemia e dos confinamentos, nomeadamente o "abrandamento do acesso a saúde", quer saúde preventiva, quer curativa numa fase mais precoce.
Como resultado "temos pessoas mais doentes, com maiores necessidades de cuidados, cuidados mais especializados". O que faz com que o aparecimento deste centro esteja "do ponto de vista de oportunidade na história, está muito alinhado com aquilo que é a necessidade da população portuguesa e o sistema nacional de saúde". E, acima de tudo, conseguir tratar as doenças cardiovasculares que, como referiu o dirigente máximo do grupo Lusíadas Saúde, são responsáveis por um terço da mortalidade da população portuguesa.