Trump quer "abrir o país" na Páscoa. OMS deixa avisos

"Vamos perder mais vidas se levarmos o país para uma recessão", defendeu o presidente dos EUA em entrevista à Fox News.
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Donald Trump, o presidente dos EUA, afirmou na última madrugada que gostaria de "abrir o país" na Páscoa, que se celebra a 12 de abril, ordenando à população que regresse ao trabalho, apesar da crise do coronavírus, que já vitimou mais de 600 norte-americanos.

Manter o motor económico dos Estados Unidos parado irá custar mais vidas do que manter o país inteiro de quarentena por um período de tempo prolongado, explicou o presidente norte-americano, que desde a semana passada começou a liderar os boletins diários sobre a pandemia na Casa Branca.

"Gostaria de ter o país em funcionamento já na Páscoa", declarou depois Trump em entrevista à cadeia Fox News, advertindo que "milhares poderão suicidar-se" se se permitir que a economia continue a degradar-se.

"Vamos perder mais vidas se levarmos o país para uma recessão", considerou o Presidente dos EUA, indicando que "a maior economia do mundo não pode estar parada dois meses ou três meses". Trump comparou a taxa de letalidade do coronavírus com a da gripe de 1918, durante a qual "se fosses contagiado, tinhas 50% de possibilidades de morrer". E assegurou que se pode ir trabalhar e, ao mesmo tempo, reforçar as medidas de distanciamento social no emprego para evitar os contágios.

Apesar disto, Trump admitiu durante a conferência de imprensa do boletim diário - que durou mais de 1h30 -, que irá dar espaço de manobra para que o governador de cada um dos estados possa aplicar políticas específicas mais (ou menos rigorosas) para controlar a pandemia. No entanto, "o governo federal quer abrir as portas da economia do país muito em breve".

Entretanto, a Organização Mundial da Saúde voltou a alertar que os Estados Unidos têm potencial para converter-se no próximo epicentro da pandemia, que agora se encontra na Europa e pediu que as medidas restritivas se mantenham.

“Estamos a assistir a uma disseminação muito rápida de casos nos EUA”, disse esta terça-feira Margaret Harris, porta-voz da OMS, numa conferência de Imprensa, em Genebra, no mesmo dia em que as autoridades norte-americanas revelaram que Nova Iorque está a ver o número de casos confirmados duplicar a cada três dias e já supera as 20 mil pessoas infetadas.

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