O caminho para os lucros é a venda de publicidade e foi precisamente esse que o Twitter seguiu, conseguindo atingir os 408 milhões de euros em receitas com publicidade, praticamente o dobro do resultado de 2013. Portugal faz parte da lista dos 12 países europeus onde o Twitter implementou uma estratégia comercial e, seis meses depois de ter estabelecido parceria com a agência digital Live Content, para representação comercial em Portugal, a equipa do Twitter está entusiasmada com os resultados.
"A Live Content tem uma equipa de cinco pessoas exclusivamente focadas no Twitter e em ajudar as marcas com a sua atividade na plataforma. Isso pode incluir qualquer coisa, desde criar uma conta até desenvolver uma estratégia de conteúdos ou canal de serviço ao consumidor", explica, em entrevista ao Dinheiro Vivo, Katie Lampe, diretora do Twitter para ao Europa, Médio Oriente e África.
O Twitter Ads está a funcionar em Portugal desde setembro do ano passado e desde o primeiro dia que "as marcas veem o valor de se conectarem com uma audiência nesta plataforma". Hoje, os utilizadores do Twitter deparam-se com um anúncio a cada 25 a 30 tweets e Dick Costolo, CEO da tecnológica, já manifestou a intenção de aumentar este rácio para um anúncio a cada 20 tweets. Não há o perigo de os utilizadores se sentirem invadidos com tanta publicidade? A verdade é que mais de metade dos utilizadores portugueses entra na sua conta de Twitter diariamente, em mais do que um dispositivo, e, mais importante, dois em cada três seguem uma marca nesta rede social. "É um número muito grande, que mostra que os utilizadores querem ouvir as marcas", diz Katie Lampe. "Em Portugal, as taxas de envolvimento entre os utilizadores e os conteúdos publicados pelas marcas são muito altas", até porque, como explica a responsável, só tem visibilidade aquilo que for bem recebido. "Listamos os conteúdos preferidos e os que forem bons são mostrados mais vezes, os que não forem, são menos mostrados".
E como é o utilizador português? É adepto de futebol. Os campeões indiscutíveis em número de seguidores são os futebolistas, com Cristiano Ronaldo à cabeça, sem competição. Nani, Fábio Coentrão e Luís Figo fecham o pódio. No top 2 das preferências dos portugueses estão os humoristas e apresentadores, como João Manzarra, Bruno Nogueira ou Nilton. No campo das marcas, Portugal Telecom, TAP e Cão Azul são as mais seguidas, e Katie Lampe salienta o espaço que há para crescer.
"Há uma grande oportunidade, em Portugal, para que toda a gente se ligue a uma base de seguidores ampla", considera. "O que fazemos é permitir que as marcas invistam para amplificar os seus produtos, para levar mensagens a uma audiência mais alargada ou para criar tendências. As vantagens para as empresas são claras: as estatísticas mostram "não só como os utilizadores estão a relacionar-se com o conteúdo que publicam, mas também como é que isso se traduz em retorno do investimento". Para já, a equipa do Twitter nota "muito interesse por parte das empresas portuguesas" em anunciar na plataforma e o número de anunciantes, que não pode ser divulgado, tem vindo a crescer desde setembro.
Depois de um ano que chegou a ser classificado de "dececionante" pelos analistas, o Twitter espera mais sorrisos em 2015. "Estamos a lançar novos produtos mais rápido do que alguma vez fizemos e a criar mais formas de os utilizadores se relacionarem com a plataforma. Está muita coisa a acontecer", conclui Katie Lampe. Por agora, o plano é chegar aos lucros em 2017.