Costa, Draghi, Sánchez e Mitsotakis reuniram-se em Itália para debater a crise e a segurança energética dos países europeus. A guerra tem "profundas consequências económicas", como referiu o primeiro-ministro português. Algumas ajudas foram anunciadas pelo governo lusitano, mas é preciso concertação não só entre estes quatro países (Portugal, Itália, Espanha e Grécia) que se reuniram ontem, mas entre todos as nações da União Europeia.
Decisões concretas e céleres, precisam-se. Gás e petróleo vivem uma escalada de preço e, logo a seguir, será a eletricidade a disparar. Ora, as fontes de energia são determinantes para as famílias e para as empresas e algumas falam já em "corda na garganta" em termos financeiros, por consequência desse aumento de custo fixo. Fixar preços máximos para essas fontes de energia poderá ser uma medida a avançar, em específico no caso do gás. A próxima reunião do Conselho Europeu, no final deste mês, deverá levar esse tema para cima da mesa. O IVA sobre os produtos petrolíferos deverá ter mexidas para baixo, mas aí a União Europeia terá também de dar o seu aval. "Tal como conseguimos nas vacinas contra a covid-19, é uma medida que tem de ser tomada à escala europeia", recordou ontem António Costa.
A Europa é chamada, uma vez mais, a fazer prova de vida e da sua verdadeira coesão quando confrontada com um desafio que afeta a todos. Alemanha e Itália têm forte dependência energética da Rússia e a urgência das decisões é essencial não apenas para países pequenos como o nosso, mas, sobretudo, para os verdadeiros motores económicos da Europa.
Voltando à nossa geografia, "Portugal pode ser um centro de conexão de gás", como disse o primeiro-ministro, mas para isso é preciso querer ser e querer investir a sério numa área que vai ficando sempre para trás, já que, historicamente, não é popular nem dá votos. Agora que o preço de um litro de gasolina ou gasóleo está mais caro do que uma garrafa de vinho corrente ou de mesa, é hora de colocar, finalmente, o setor da energia, e em particular o terminal de gás natural que existe no porto de Sines, entre os desígnios nacionais.