Um Milhão de mortos nos Estados Unidos, outro Milhão na União Europeia

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O covid fez já mais de um milhão de mortos nos Estados Unidos. Na União Europeia o número de vítimas mortais também ultrapassa o milhão de pessoas. Este núcleo de países ocidentais tem mais de dois milhões de motos no total. A estratégia de combate ocidental a esta terrível doença só pode ser considerada desastrosa. Um falhanço completo.

Já a China estava em estrito confinamento na cidade de Wuan na província do Hubei, já o uso de máscara estava instalado em vários países asiáticos, já os cientistas chineses tinham descodificado e divulgado a sequência genética do vírus, quando a infeção chegou à União Europeia.

A resposta ocidental foi a mais inadequada possível: em Milão o governo local proclamou que a cidade não se fechava e permitiu o alastramento da doença até que o número de mortos e o colapso do sistema de saúde obrigaram a confinamento parcial; no Reino Unido o governo decidiu que a melhor estratégia era a de espalhar a doença na tentativa de conseguir "imunidade de grupo"; nos Estados Unidos a resposta foi a mesma nada se fecha até que a avalanche infeciosa com o seu cortejo mortífero obrigou a mudar parcialmente de estratégia.

Com o covid descontrolado as esperanças passaram para o desenvolvimento de uma vacina que pudesse erradicar a doença. Gastaram-se literalmente milhares de milhões. A vacina surgiu, mas apenas para se constatar, que a sua eficácia temporal é muito limitada e que são necessárias doses sucessivas para manter alguma proteção - vamos agora na quarta dose. Outro falhanço.

Esta sequência de falhanços transformou a pandemia de covid em endemia, isto é pandemia permanente e sem fim à vista, no Ocidente.

As circunstâncias foram impondo confinamentos parciais descoordenados temporalmente na Europa e nos Estados Unidos. As cadeias de produção foram interrompidas provocando por um lado uma recessão profunda (O PIB português regrediu 8% e ainda não recuperou totalmente) e uma enorme dificuldade de reativar esses circuitos produtivos. A resposta à recessão e aos confinamentos passou por uma injeção de fundos públicos nas empresas e, adicionalmente, nos Estados Unidos, enormes subsídios às famílias. Como seria de esperar a escassez nos abastecimentos e a abundância de liquidez levaram a uma inflação descontrolada que ainda está em ascensão.

Na China a cadeia de acontecimentos foi muito diferente. Depois do confinamento rigoroso, mas localizado, de Wuan, o covid foi erradicado e a economia pôde continuar a crescer. Por outro lado o número de mortos em país tão populoso foi muito menor do que em Portugal (quatro vezes menos). Houve novos surtos de covid na China mas foram casos importados do estrangeiro e foram tratados com a mesma receita de confinamento rigoroso para que os seus efeitos na economia e na saúde fossem muito limitados. Uma zona, densamente povoada, como Macau teve apenas dois (2!) mortos.

Os países, como o Brasil, que seguiram a liderança e o exemplo ocidentais tiveram muitos mortos e consequências económicas graves, os países e regiões que seguiram o padrão chinês, como Singapura, passaram relativamente incólumes desta pandemia.

Depois veio a guerra e a resposta ocidental em contraste com a reação chinesa tem também levado a consequências catastróficas: aumento do risco de guerra nuclear na Europa; aumento do preço da energia e, consequente, perda de competitividade dos produtos europeus, forte desvalorização do euro indutora de maiores níveis de inflação, fuga de capitais da União Europeia para os Estados Unidos e para o Reino Unido, aumento dos empréstimos à Ucrânia (que os não poderá honrar no futuro). A China aumentou as compras de gás barato russo melhorando a sua competitividade e alargando o mercado das suas exportações substituindo as empresas ocidentais em retirada.

Enfim ... Há cada vez mais dias em que um ser racional deseja ser chinês e não europeu.

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