Um novo mundo está à espreita  

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O tema da Inteligência Artificial (AI) está ao rubro e tudo indica que a coisa vai crescer nos próximos tempos. O ChatGPT, de que falei aqui no mês passado, está a ter um crescimento exponencial: nos primeiros dois meses depois do lançamento já tem 100 milhões de utilizadores ativos e no mês de janeiro esses utilizadores fizeram 590 milhões de visitas. Entretanto, a Microsoft já investiu 10 mil milhões de dólares na empresa OpenAI, que é a responsável pelo desenvolvimento e operação do ChatGPT.

Muito naturalmente, a Microsoft prepara-se para lançar uma nova versão do seu motor de busca Bing, que incluirá o ChatGPT. Aliás, o novo Bing foi também desenvolvido pela OpenAI. Como consequência de tudo isto, a Google anda nervosa e iniciou já uma utilização experimental da sua resposta ao ChatGPT, que se chama Bard. A razão desta competição é simples: a grande fonte de receita da Google é o seu motor de busca, através da publicidade que ali é colocada.

O ChatGPT e outros chatbots de IA, podem vir a substituir os motores de busca tradicionais já que se lhes pode perguntar quase tudo e que, em vez de fornecer links a uma pergunta, pode oferecer uma resposta escrita e completa, sem toda a poluição visual e de informação que por vezes surge no Google. E é esta possibilidade de ter um rival forte no campo dos motores de busca que está a deixar a Alphabet, a casa-mãe da Google, muito inquieta. Segundo fontes da empresa, é provável que o Bard seja disponibilizado de forma mais global no mês de março. E aí é que a luta vai acontecer. E há outras novidades a surgir na mesma área com novos protagonistas no campo da Inteligência Artificial.

Entretanto, vamos espreitar como estão as contas dos grandes rivais, Alphabet e Meta. No último trimestre de 2022, a Alphabet teve receitas de 76 mil milhões de dólares, mas os lucros foram de 13,6 mil milhões de dólares, menos 34% do que no 4.o trimestre de 2021. E, mais preocupante ainda, o negócio de publicidade caiu 4% para 59 mil milhões de dólares. Por outro lado, com a crescente concorrência de plataformas como o TikTok, as receitas de publicidade no YouTube, outra empresa Alphabet, desceram 8%, para 7,96 mil milhões de dólares. Mas nem tudo foi sombrio, a compensar esta descida as receitas do negócio cloud cresceram 32% para 7,3 mil milhões de dólares. Na altura de divulgação destes resultados, a Alphabet admitiu que estava a dar prioridade a projetos de inteligência artificial, como resposta a serviços como o ChatGPT.

Do lado da Meta, a empresa que detém o Facebook, o Instagram e o Whatsapp, as receitas caíram 4%, para 32,2 mil milhões de dólares, no quarto trimestre de 2022, comparando com o mesmo trimestre de 2021. O lucro caiu 55% para 4,65 mil milhões de dólares. Todas juntas, as aplicações da Meta totalizaram 3,7 mil milhões (+4%) de utilizadores ativos por mês - quase metade da população mundial. O Facebook destacou-se com os seus 2 mil milhões de utilizadores ativos por dia. A Meta conseguiu não só aumentar o número de utilizadores como também rentabilizar melhor cada utilizador ativo. Os próximos tempos prometem uma competição mais acesa, o surgimento de novos players competitivos (o Bing nunca foi uma ameaça à Google até agora) e nas redes sociais são esperadas igualmente aplicações de IA que podem mudar o cenário atualmente existente. Os próximos tempos vão ser animados.

SF Media

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