Portugal é dos países com mais margem para fazer crescer a energia solar aproveitando o telhado dos edifícios, aponta um estudo publicado pela empresa Elsevier em outubro do ano passado, e citado agora pela Bloomberg.
A pesquisa, liderada por Katalin Bodis do Centro de Pesquisa da Comissão Europeia, mostra que as imagens recolhidas por satélite indicam que, em todo o bloco europeu, existe uma área equivalente a três vezes o Luxemburgo de telhados de edifícios que, aproveitados com energia solar, fariam crescer em 25% o potencial energético da totalidade dos Estados-membros.
O estudo indica que são 7935 quilómetros quadrados disponíveis, que poderiam produzir 680,276 horas de gigawatts de eletricidade por ano. A opção poderia resolver a falta de alternativas dos governos que querem apostar em energias alternativas, ao mesmo tempo que produziria luz a baixo custo, faria crescer o rendimento dos donos dos prédios e ainda teria margem para a criação de postos de trabalho associados.
"A exploração deste potencial por políticas nacionais e regionais traria benefícios para os setores do emprego, manufatura, instalação e operação, ao mesmo tempo que ajudaria na transição energética da União Europeia para um sistema energético com baixos níveis de carbono", lê-se no estudo. A par de Portugal, também Chipre, Malta, Grécia e Itália são países com potencial para explorar esta opção, seguidos de perto pela Espanha e a Alemanha.
Portugal tem assistido a uma corrida ao solar com a Direção Geral de Energia e Geologia a receber, até junho, cerca de 80 candidaturas para projetos de alguma dimensão, de promotores nacionais e internacionais dispostos a investir em força, sem passar pelos leilões de julho.
Leilões esses que em julho atribuíram 22 lotes de energia solar, com preços médios a baterem mínimos históricos de 20,33 euros por MWh na produção de eletricidade.
Por outro lado, só neste ano, o país vai acolher 19 novas centrais solares fotovoltaicas, concentradas sobretudo no sul, com um investimento privado, nacional e internacional, que deverá rondar os 350 milhões de euro