No município de Vagos estão instaladas 555 empresas que representam um volume de negócios anual superior a 422 milhões de euros, de acordo com uma análise ao tecido empresarial do concelho encomendada pela Câmara Municipal.
O estudo a que a Lusa teve acesso, realizado por uma empresa especialista no tecido empresarial português com informação oficial reunida até dezembro de 2015, vem confirmar uma mudança no perfil do município de Vagos, que nos últimos foi capaz de atrair empresas de diversos setores, deixando de ser um concelho marcadamente rural.
"Esta análise ao tecido empresarial confirma as mudanças dos últimos anos, reforçando a ideia de que estamos no caminho certo", resume o presidente da Câmara de Vagos, Silvério Regalado.
O autarca lembra que "há 30 anos Vagos era marcadamente" rural, lembrando que a mudança começou com a criação em 1991 da primeira Zona Industrial de Vagos, que permitiu acolher empresas importantes, nomeadamente nas áreas da cerâmica e serviços.
Tecido empresarial
Em 2006, a Câmara Municipal era o principal empregador do concelho e o tecido empresarial era pouco diversificado e era constituído, na sua maioria, por pequenas empresas com menos de nove trabalhadores e volume anual de negócios inferior a 250 mil euros. Oitenta por cento dos vaguenses que nessa altura trabalhavam por conta própria dedicavam-se à agricultura, ao comércio e construção civil.
Dez anos passados, a agricultura, pecuária, pesca e caça representam apenas quatro por cento do setor empresarial do concelho, registando-se um crescimento das indústrias transformadoras, que empregam quase 60 por cento dos 3.638 empregados registados no município.
No ranking nacional dos 308 municípios portugueses, Vagos surge na 103.ª posição em número de empresas, 97.ª em volume de negócios, 109.ª posição em empregados e 63.ª em volume de exportação.
A Câmara Municipal de Vagos desapareceu dos primeiros lugares da lista de maiores empregadores do concelho, que é agora encabeçada pela Ria Blades, uma empresa que constrói pás eólicas para aerogeradores, instalada no Parque Industrial de Soza, com um volume de negócios anual superior a 68 milhões de euros.
Em 2007, a mudança do tecido empresarial acelerou com a criação da empresa Mais Vagos - Sociedade Gestora de Parques Empresariais de Vagos, sendo crescente o número de empresas que escolhem o concelho para instalar as suas unidades industriais.