Vale a pena contrair um empréstimo para ajudar nas despesas da Universidade?

Ter um filho a estudar no ensino superior pode ser um desafio à gestão do orçamento familiar por isso, pedir um empréstimo para financiar os estudos pode ser a solução possível.
Publicado a

Ter um filho a estudar no ensino superior pode ser um desafio à gestão do orçamento familiar. As despesas aumentam e é, por isso, essencial que haja preparação financeira e planeamento.

Apesar de haver bolsas de estudo destinas a ajudar nestes encargos, nem sempre pode conseguir aceder. Por isso, pedir um empréstimo para financiar os estudos pode ser a solução possível. Este tipo de crédito é uma modalidade de crédito pessoal especialmente destinada a gastos educativos.

Tipos de créditos para estudantes

Pode optar por duas modalidades de crédito para estudantes: crédito pessoal com finalidade de educação - crédito pessoal para estudantes ou crédito para formação - e o crédito para estudantes do ensino superior com garantia mútua.

Os créditos pessoais com finalidade educação podem ser contratados a partir dos 18 anos para diferentes graus académicos, ou até mesmo para cursos de valorização profissional, em Portugal e no estrangeiro.

Estes créditos têm uma taxa de juro mais reduzida em comparação com o crédito pessoal sem finalidade. Ainda assim, normalmente é bastante superior à do crédito universitário com garantia mútua.

As condições variam de instituição para instituição, mas o montante pode ascender aos 60 mil euros. Por norma, este tipo de financiamentos é isento de comissões.

É comum que haja um período de carência de capital durante os anos em que está a estudar, ou seja, vai pagar apenas juros durante esse período. E em alguns casos, dependendo da entidade bancária, depois da conclusão do curso, também pode haver período de carência entre seis meses e quatro anos.

O crédito para estudantes do ensino superior com garantia mútua é uma linha de crédito específica para estudantes quer do público quer do privado, onde o Estado tem o papel de fiador. Assim, não tem de apresentar quaisquer outras garantias. Além disso, esta linha de crédito beneficia de um spread mais baixo do que o praticado na banca comercial.

Estão abrangidos por esta linha de crédito cursos de licenciatura, mestrado, doutoramento ou de pós-graduação, desde que realizados em Portugal.

As principais características deste produto são:

- O limite máximo de financiamento são 30 mil euros para cursos de seis anos;

- Por ano, o estudante pode contar com um valor entre os mil e os cinco mil euros desde que não reprove;

- Todos os meses durante o prazo do crédito, o estudante recebe um determinado montante na sua conta à ordem;

- Após a conclusão do curso, o reembolso deve ser feito num prazo máximo entre seis e 10 anos e prevê um período de carência, durante o qual apenas são pagos apenas juros, que pode ir até dois anos (contados a partir do fim de utilização do crédito);

- A taxa de juro aplicada pelos bancos a estes empréstimos é calculada a partir de uma taxa swap da Euribor, mais um spread máximo de 1,25%. Este spread é reduzido em 0,25% para os estudantes que estejam a receber uma bolsa de ação social.

Depois de entregue toda a documentação necessária, incluindo certificado de matrícula e declarações de compromisso, a entidade bancária analisa seu o pedido. Caso seja aceite, o banco tem 30 dias úteis para comunicar o contrato à entidade gestora da linha de crédito (a SPGM).

Assim, antes de tomar uma decisão sobre se vale a pena contrair um crédito para ajudar nas despesas da universidade, deve pensar no peso que este encargo vai ter no teu orçamento numa fase inicial, mas também quando acabar o período de carência.

Por isso, é essencial criar uma poupança que o ajudar a fazer face ao montante em dívida no futuro.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt