Velhotes. Aos 89 anos, marca líder de vinho do Porto ganha nova imagem 

'A reinventar tradições até sermos Velhotes" é o novo lema da marca que vende quase oito garrafas a cada minuto e fatura cerca de 13 milhões de euros ao ano.
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Recrutar novos consumidores e conseguir mantê-los é um dos grandes desafios do vinho do Porto. No caso de Velhotes, a marca líder em Portugal, a aposta tem sido numa comunicação "descontraída e com muito humor", em especial nas redes sociais, onde conta com dezenas de milhares de seguidores, "muitos deles nas camadas mais jovens". A chegar aos 90 anos, e renovada que foi a imagem de Velhotes a meio do ano, surge agora a nova campanha, na fábrica de Natal no Porto Norte, onde o famoso trio recebe "os pedidos mais indesejados" e contrapõe que a melhor resposta à eterna pergunta sobre o que queres para o Natal é "pode ser qualquer coisinha, desde que seja Velhotes".

"A Velhotes dado não se olham os dentes" ou "Que tal um cinto para o Natal? Sinto muito, prefiro Velhotes" são algumas das publicações no Facebook e Instagram da marca, que procura brincar com os trocadilhos entre as temáticas do Natal e do vinho.
Com vendas de 13 milhões de euros ao ano, correspondentes a cerca de quatro milhões de garrafas, esta é a marca de vinho do Porto mais vendida em Portugal nos últimos três anos consecutivos. Para o exterior vão apenas 20% das vendas e para mercados da saudade como França, Luxemburgo e Suíça.

No total, a cada minuto são vendidas quase oito garrafas de Velhotes que, em 2024, comemora 90 anos.
Curiosamente, esta é a marca mais jovem no portefólio da Sogevinus, que detém a Kopke (criada em 1638), Burmester (1759), Cálem (1859) e Barros (1913), tendo nascido no seio da Cálem "com o propósito de trazer algum humor à categoria e democratizá-la". E a verdade, diz a diretora de marketing do grupo, é que "grande parte das famílias portuguesas acabou por se afeiçoar" aos três velhotes, um boticário, um advogado e um juiz, que, desde 1934, se sentam à mesa para beber um cálice de vinho do Porto. A marca nasceu dentro da Cálem "com o propósito de trazer algum humor à categoria e de a democratizar", salienta Gabriela Coutinho.

Este ano, e pela primeira vez desde a viragem do milénio, a marca mudou de imagem. Uma renovação que pretende "manter os consumidores de sempre, mas também alcançar novos públicos sem perder a identidade", numa lógica de evolução da imagem atual. O rótulo ganha nova vida e relevo, com os três velhotes a saltarem para fora do quadro, uma pintura que serviu de inspiração para a criação da marca e que foi trazida por um representante da Cálem em viagem aos Países Baixos no século XX. "Nem sabemos quem é o autor do quadro, mas esta é uma história que passou de geração em geração", explica esta responsável, considerando que a quase nonagenária marca é uma love brand que "move paixões".

"A reinventar tradições até sermos Velhotes" é o novo lema da marca, que tem grande parte dos seus consumidores na faixa etária dos 36 aos 54 anos. E, por isso, procura fazer uma comunicação "bem disposta, descontraída e livre dos formalismos que normalmente encontramos no vinho do Porto". Além das versões Tawny, Ruby, White e White Lágrima, Velhotes tem também oferta nas categorias especiais com um LBV 2017, um Special Reserve Tawny e um Tawny 10 Anos.

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