Venda de computadores afunda 30% em Portugal

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Os portugueses compram cada vez menos computadores tradicionais e

não é só por causa da crise. No segundo trimestre de 2013, as

vendas totais de computadores em Portugal recuaram 30,7%, para cerca

de 150 mil unidades, menos 66 mil que no mesmo período do ano

passado.

Um sinal claro de que o mercado está em dificuldades é que

nem a venda de portáteis escapou à derrapagem. Os portáteis eram

campeões de vendas até há pouco tempo, mas o rápido

desaparecimento dos netbooks e o crescimento brutal dos tablets está

a ter um enorme impacto nas vendas.

Segundo os dados preliminares da consultora IDC, venderam-se 26

mil computadores desktop e 123 mil portáteis entre março e junho,

quebras de 37% e 29,1% que espelham uma contração continuada do

mercado. Há vários trimestres que as vendas caem, (na Europa

Ocidental recuaram 21,2% neste período), e o primeiro trimestre de

2013 até foi o pior de sempre. Os analistas atribuem a situação a

um conjunto de tendências, não só à recessão económica mas

também à enorme popularidade dos tablets."Nos números

apresentados agora para Portugal e Europa não incluímos os tablets.

E de facto os tablets continuam a crescer em Portugal e na Europa

Ocidental", indica ao Dinheiro Vivo o diretor geral da IDC

Portugal, Gabriel Coimbra. Só no primeiro trimestre, a venda de

tablets cresceu 142% em todo o mundo, com o iPad ainda na liderança.

Houve também uma certa confusão dos consumidores em relação às

características do Windows 8, que corre na maioria dos computadores

tradicionais.

"O lançamento do Windows 8 não foi capaz de contrariar a

tendência de decréscimo do mercado, a qual deve-se ao contexto

económico e a proliferação de novos aparelhos de acesso à

informação como os tablets, smartphone e leitores de livros

eletrónicos", acrescenta o analista.

Esta modificação do mercado teve impacto na Microsoft, na Intel

e nas maiores fabricantes de computadores, como a HP. A Microsoft

prepara-se para introduzir uma versão melhorada do sistema

operativo, o Windows 8.1, e espera que as novidades atraiam mais

consumidores, embora a IDC não acredite em grandes diferenças. "Não

é expectável que provoque um grande impulso nas vendas no decorrer

do segundo semestre", indica Gabriel Coimbra. "No entanto, o

poderá gerar algum impacto comercial positivo principalmente no

mercado empresarial", salienta.

A IDC prevê que a quebra diminua nos próximos dois trimestres.

Até setembro, as vendas deverão recuar 23% e no último trimestre,

tipicamente o mais forte neste sector, a queda deverá ser de 12%.

"Em termos anuais a IDC prevê uma quebra de cerca de 20% em 2013

em Portugal", refere Gabriel Coimbra.

Asus na liderançaOs dados da IDC mostram que a Asus manteve a liderança do mercado

total de computadores (portáteis e desktop) que tinha no mesmo

período de 2012, embora com uma queda das vendas e da quota (queda

de 439% nas vendas e quota de 23,4%). A fabricante asiática vendeu

acima de 35 mil unidades, das quais 2,2 mil foram desktop. Analisando

as categorias em separado, a HP é a marca que mais vende desktop

(10,7 mil, com 39,9% de quota) e a Toshiba está na frente nos

portáteis (34,6 mil unidades, 28% de quota). Praticamente todas as

marcas venderam menos, salvo a Samsung e a Toshiba. A Apple aumentou

a quota nos desktop e está em quarto no ranking, acima da portuguesa

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