Venezuela: Nicolas Maduro

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Depois de 13 anos no poder, e de uma reeleição polémica em outubro passado, Hugo Chávez morreu no dia 5 de março em Caracas, na Venezuela. O desaparecimento do líder bolivariano reabre a discussão sobre quem será o seu sucessor. O país vai a eleições hoje e, sem surpresas, o vice-presidente Nicolas Maduro deverá ser um dos principais candidatos à conquista do poder.

Mais moderado e pragmático, foi o homem escolhido por Chávez para assumir os destinos do país durante as suas sucessivas ausências forçadas. Há muito que o vice-presidente Nicolas Maduro é apontado como o homem com a missão de dar continuidade ao "chavismo sem Chávez". Mais distante da linha dura do Partido Socialista Unido da Venezuela, cabe-lhe agora, aos 50 anos, convocar eleições para os próximos 30 dias, tal como obriga a Constituição - Maduro apenas poderia assumir diretamente o poder caso restassem dois últimos anos de mandato, à data da morte do presidente.

Sem curso superior, de trato fácil, foi motorista de autocarro e deu nas vistas como líder sindical. Chegou a ministro dos Negócios Estrangeiros em 2006. Recentemente, antes de embarcar novamente rumo a Cuba para mais uma sessão de tratamentos, Hugo Chávez lembrou aos venezuelanos que Maduro "tem o coração de um homem do povo".

Mas a eleição daquele que foi o homem sombra de Chávez durante os últimos 20 anos deverá contar com a oposição da Mesa da Unidade Democrática. A plataforma, que reúne os opositores do chavismo, conseguiu um resultado histórico nas eleições de outubro, ao recolher os votos de 44,3% dos eleitores - o equivalente a 6,5 milhões de venezuelanos.

Apesar do resultado próximo da vitória, o partido saiu fragmentado da eleição, o que acabaria por se refletir nas autárquicas de dezembro, altura em que perdeu quatro dos sete estados que comandava. Com a morte de Chávez , a coligação renova agora esperanças de chegar ao poder. Resta apenas encontrar o candidato.

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