Ventozelo é uma referência também no panorama turístico

Mercado ligado ao enoturismo ganha cada vez mais expressão e estima-se que, no futuro, traga dividendos ainda maiores às empresas vinícolas
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A vertente do enoturismo tem conhecido um crescimento assinalável, em Portugal, nos últimos anos. O país é já, segundo dados da Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO), o segundo maior destino mundial neste segmento e, em 2030, espera-se que arrecade 2,1 mil milhões de euros só à conta dele. O grupo Granvinhos apostou também no enoturismo recentemente, aproveitando sobretudo o potencial existente na Quinta do Ventozelo, situada no concelho de São João da Pesqueira, na região do Douro. O espaço Porto Cruz, na marginal de Vila Nova de Gaia, e um hotel de pequenas dimensões, localizado na Ribeira do Porto, são outras das atrações da empresa neste âmbito.

"O turismo é algo de instrumental para nós, ou seja, funciona como mais uma ferramenta para o negócio dos vinhos graças ao enoturismo", sustentou Jorge Dias, CEO da Granvinhos. No Ventozelo, de resto, foi aplicado em 2017 um investimento de monta (perto de 10 milhões de euros despendidos), capacitando o lugar para receber e deixar pernoitar turistas de toda a parte.

No início da atividade, a maioria dos visitantes vinha do estrangeiro, em especial dos Estados Unidos da América, de Inglaterra ou de França. Em 2020, porém, a vinda da pandemia de covid-19 fez esta realidade alterar-se por completo. "A covid fez com que passássemos a ter mais diversidade de alojamento na região e a sermos procurados por portugueses de uma faixa etária jovem. Isto não era um lugar de jovens, era um lugar de velhos já reformados e mais caro. Houve muitos aspetos negativos na pandemia, mas esta foi uma enorme vantagem", esclarece João Paulo Magalhães, diretor do hotel do Ventozelo.

Um cenário que, acrescenta ainda o responsável pela área da empresa dedicada à hotelaria, veio para ficar e durante o ano inteiro. "Vieram os pais e agora já vêm os filhos e os amigos. São pessoas daqui das proximidades que vêm à procura das memórias e da tradição portuguesa, e isso acontece todo o ano, até porque nós não temos sazonalidade a este nível", enfatizou o diretor.

Na mesma linha de João Paulo Magalhães aponta Jorge Dias, que não esconde a satisfação pela maior predominância de turistas portugueses pelas encostas durienses: "Os portugueses redescobriram o interior e, no tempo da pandemia, havia, de facto, a vantagem deste tipo de espaços por causa do distanciamento que permitem. Até costumávamos dizer que cada pessoa que para aqui viesse tinha direito a 10 hectares só para si."

O acesso à quinta pode fazer-se de carro, pela estrada repleta de curvas e contracurvas, ou então, de uma forma mais rápida e original, de barco, através de um cais ali criado para o efeito. Além dos 29 quartos, espalhados pelas oito casas diferentes inseridas ao longo dos 400 hectares do Ventozelo, o espaço conta ainda com um restaurante (a Cantina do Ventozelo) onde pode encontrar-se um cardápio composto por pratos tradicionais e feitos, tanto quanto possível, à base dos produtos da região. Tudo isto, como não poderia deixar de ser, acompanhado pelo vinho do Douro de que a Granvinhos é representante.

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