Vila Galé mantém sete hotéis abertos. Futebol e empresas solidárias

Segundo maior grupo hoteleiro mantém sete unidades abertas para garantir que profissionais e clientes que não possam ir para casa tenham onde ficar.
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Numa altura em que Portugal está em estado de Emergência, devido à pandemia do novo coronavírus, o grupo Vila Galé que em 27 hotéis em Portugal decidiu manter abertas apenas sete unidades, espalhadas por vários pontos do País, para acolher quem precisa, sejam cidadãos que ainda não conseguiram regressar aos seus países (as companhias aéreas têm cancelado centenas de voos), sejam profissionais com necessidades de alojamento, como por exemplo de empresas que não podem suspender os serviços.

Os hotéis no Porto, em Coimbra, em Cascais, em Lisboa (Vila Galé Ópera), em Évora, em Vilamoura e em Albufeira (Vila Galé Cerro Alagoa) vão manter-se assim de portas abertas. Ao Dinheiro Vivo, fonte oficial do grupo defende que estes "hotéis continuarão a ser necessários para receber profissionais que precisam de se alojar por questões profissionais e também os clientes em trânsito ou a aguardar voos de regresso. Por agora, não prevemos fechar estas unidades, mas há um acompanhamento constante da situação e das melhores práticas a ter em conta".

O grupo suspendeu o funcionamento de serviços como spa, ginásios, piscinas interiores, eventos e animação, restaurantes e bares, o que lhes permite igualmente reduzir ao "mínimo indispensável os horários e número de colaboradores em cada unidade". "Estamos a seguir todas as indicações da DGS e introduzimos medidas de reforço da higiene para garantir a segurança de todos os clientes e colaboradores".

Para estes hotéis que estão abertos foi criado um preço especial. O Vila Galé explica ao DV que está "empenhado em contribuir no que pudermos para ultrapassarmos esta situação" pandémica. Por isso, "já informámos o Governo e as autoridades competentes que os hotéis Vila Galé estão disponíveis para prestar todo o apoio que seja necessário. Paralelamente, estamos disponíveis a celebrar protocolos e parcerias com entidades de saúde para suprir todas as necessidades que surjam e ajudar sempre que seja possível".

Quanto às restantes unidades hoteleiras do grupo que se encontram encerradas, e questionado sobre os trabalhadores, o grupo explica que tem "muitos colaboradores a prestar assistência a filhos menores de 12 anos. Muitos também optaram por gozar férias, folgas e recuperações. E recorremos ao teletrabalho em todas as funções que o permitem".

O caso do Vila Galé não é único. Vários hotéis na região norte disponibilizaram um total de 150 quartos para alojar os profissionais de saúde que estão a combater a pandemia. Além disso, seis cadeias de restaurantes uniram-se e vão distribuir gratuitamente refeições aos profissionais de saúde que estão a trabalhar nos hospitais.

Futebol solidário

Com a rápida propagação do Covid-19 pela Europa (o epicentro da pandemia) um pouco por todo o Velho Continente, os campeonatos desportivos amadores e profissionais estão parados e sem uma data certa para retomarem. Além dos apelos que vários jogadores fizeram já para as pessoas ficarem em casa, vários clubes nacionais já se mostraram disponíveis para ajudar. O Benfica já anunciou que comprou três ventiladores que serão colocados à disposição do Serviço Nacional de Saúde, designadamente com destino a hospitais da Área Metropolitana de Lisboa, Porto e Coimbra.

O Sporting, de acordo com a Lusa, já disponibilizou o pavilhão João Rocha e o relvado sintético junto a este recinto, em Lisboa, para a instalação de hospitais de campanha. Mais a norte, e de acordo com a imprensa desportiva, a Oliveirense disponibilizou o Pavilhão Dr. Salvador Machado para a instalação de um eventual hospital de campanha.

Empresas transformam-se para ajudar

Muitas empresas têm colocado os seus trabalhadores que podem em teletrabalho, embora essa medida tem um caratér efectivo com as medidas aplicadas pelo governo no âmbito do estado de Emergência. Mas tanto em Portugal como lá fora, são várias as empresas que já se disponibilizaram para ajudar. Em Portugal, um grupo de 26 micro-cervejeiros disponibilizou o bactericida que usa nas suas unidades produtivas para ajudar a conter a Covid-19. Só desde segunda-feira, já ofereceu 80 000 litros de solução desinfetante a instituições de todo o país.

A EDP e a China Three Gorges adquiriram 50 ventiladores, 200 monitores e outros equipamentos de apoio médico que serão oferecidos aos hospitais portugueses e que deverão ser entregues ao Ministério da Saúde no final do mês. Um investimento total de cerca de 4 milhões de euros”.

Em França, a dona da Louis Vuitton anunciou que vai usar as suas fábricas que produzem perfumes para produzirem gel desinfetante. Em comunicado citado pela BBC, a empresa explica que "estes gel vão ser entregues de forma gratuita às autoridades de saúde".

O grupo Inditex, dono de marcas como a Zara e Massimo Dutti, já anunciou que disponibiliza “toda a sua capacidade logística, de abastecimento e de gestão comercial, especialmente da China, para ajudar a dar resposta às necessidades emergentes, tanto de materiais sanitários como de têxteis” necessários neste momento que Espanha atravessa.

Operações de repatriamento

Várias companhias aéreas estão a realizar voos para irem recolher passageiros que, por via da evolução rápida da propagação do vírus na Europa e consequentes medidas adotadas, ficaram retidos noutros países. Ontem a easyJet anunciou que ia estava a preparar-se para realizar voos de cinco países, incluindo de Portugal para levar passageiros para casa.

Hoje foi a Air France. Em comunicado, a operadora indica que está a trabalhar em estreita colaboração com o Ministério de Negócios Estrangeiros francês e as embaixadas para identificar as necessidades de repatriamento de nacionais franceses e europeus.

Há dias, a Portugal enviou dois aviões da TAP para recolher turistas portugueses que estavam em Marrocos.

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