Virar o ano, virar a página

Virar o ano, virar a página
Amin Chaar / Global Imagens
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Entrámos no novo ano e com ele temos esperanças renascidas para o nosso País. Será?

Fechámos 2023 sem grande optimismo. Os artigos e comentários que se leram/ouviram foram de descrença e até algum pasmo perante a instabilidade política criada e as decisões governamentais que têm vindo a afectar a capacidade de Portugal alcançar um crescimento económico sustentável, a vários níveis.

Não é novo para ninguém que a incerteza política pode levar à falta de investimento e à reticência por parte dos empresários (nomeadamente os estrangeiros) em expandir os seus negócios em Portugal.

A instabilidade política afecta a confiança dos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros, o que pode levar a uma fuga de capitais e a uma desaceleração económica.

A falta de consenso político leva, quase sempre, a atrasos na implementação de reformas necessárias para melhorar a competitividade da economia Portuguesa.

O ambiente político que premeia medidas como aumentos de impostos ou regulamentações mais rígidas, desencoraja o investimento e a inovação e é desfavoráveis a uma maior robustez e vivacidade no mundo dos negócios.

É disto que Portugal precisa? Ou precisamos do contrário?

A instabilidade política e as decisões governamentais desfavoráveis ao incentivo económico minam a capacidade de Portugal alcançar um crescimento sustentável, dificultando a criação de empregos, a redução da dívida e o aumento do poder de compra da população.

É, pois. crucial que haja estabilidade e coerência nas políticas do Governo para promover um ambiente propício ao crescimento económico que tanto se apregoa mas que demora tanto a chegar.

Não sei quanto aos demais, mas tenho por hábito acompanhar cada uma das 12 badaladas na entrada no novo ano com uma passa. Enquanto o faço, vou pedindo os meus 12 desejos.

Este ano – perdoem-me a metáfora – devíamos todos comer uma passa por cada mês do ano.

Os meus 12 desejos, no que ao País de refere, seriam:

1. Recuperação da atividade económica em vários sectores, dando força e robustez às pequenas e médias empresas e apoiando as grandes empresas que sustentam o nosso tecido empresarial;

2. Aumento do investimento estrangeiro, com a implementação de medidas de estímulo e visão estratégica que possa compensar os “estragos” do passado recente;

3. Redução do desemprego e aumento dos salários, proporcionando melhores oportunidades para os trabalhadores;

4. Crescimento do PIB e redução da dívida pública;

5. Implementação de reformas estruturais ao nível da saúde para evitar que o sistema público colapse e que o sistema privado padeça dos mesmos males que o público;

6. Implementação de reformas estruturais ao nível da educação, concentrando-nos naquilo que é primordial, como as matérias a serem leccionadas, qualificação e entrega dos professores, e tornar a profissão (ou melhor dizendo “missão”) de professor numa das mais importantes da nossa sociedade, com os estímulos e medidas de promoção de eficiência certos (será que sou só eu que acho que ser professor devia ser uma das profissões mais nobres da nossa sociedade, pelo papel fulcral que têm no dia-a-dia com os nossos filhos?);

7. Redução da máquina do Estado e aumento da produtividade em todos os serviços que do Estado dependem;

8. Promoção de inovação e tecnologia - para permanecer competitivo num mercado global, Portugal precisa de investir e apostar na pesquisa, inovação e tecnologia.

9. Redução das desigualdades sociais e regionais – diversidade e inclusão a todos os níveis, de todas as minorias e/ou classes desfavorecidas e desprotegidas e em todas as regiões do País com amplos incentivos à promoção do interior;

10. Transição para uma economia verde e sustentável - adoptando medidas para reduzir a pegada ambiental e promover um desenvolvimento económico sustentável, em linha com as metas ambientais da União Europeia.

11. Implementação de reformas estruturais ao nível da Justiça, na medida em que a mesma caíu em descrédito total e não honra um País democrático e um Estado de Direito.

12. Eleições de Março – que não se caia no mesmo erro, que se pense em alternativas duradouras e sérias e que se mude de paradigma.

Ainda acredito que é possível virar a página.

Os meus votos de um Feliz Ano Novo!

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