Desde que a OpenAI disponibilizou o bot de conversação ChatGPT, no final de 2022, o entusiasmo em torno da Inteligência Artificial, em especial a IA generativa, explodiu em todos os cantos do mundo. O fenómeno é tão prevalecente que a consultora Gartner colocou a IA generativa no topo das 25 tecnologias emergentes para 2023.
O que significa isto para as empresas? Como distinguir as várias vertentes da Inteligência Artificial e a sua aplicabilidade nos negócios? É possível preparar uma organização para um futuro mais automatizado onde a IA atua a todos os níveis?
São estas e outras questões que a quinta edição da Vodafone Business Conference irá debater no próximo dia 3 de outubro, na Fundação Oriente em Lisboa.
Sob o tema "Inteligência Artificial - do lado certo dos negócios", a conferência trará para a linha da frente aquele que é o tema mais quente do ano, com apresentações de oradores nacionais e internacionais. E o debate vai debruçar-se especificamente sobre o conceito de Inteligência Artificial das Coisas (AIoT, na sigla inglesa), que descreve a combinação de tecnologias de IA com Internet das Coisas (IoT).
"Faz-nos sentido que olhemos para a IA pelo ângulo da IoT e das empresas, que é onde achamos que vai ter mais aplicabilidade num futuro próximo", explicou ao Dinheiro Vivo Mafalda Alves Dias, diretora de setor público e grandes contas da Vodafone Portugal.
"Isto é uma tendência, é um novo tema, mas na prática o que é que significa para uma empresa portuguesa, o que tem de fazer, o que não pode fazer, quais são os próximos passos?", questiona a executiva. A ideia é levar os profissionais que assistirem à conferência "a refletirem sobre estes processos e como podem utilizar este conhecimento nas suas próprias empresas e evoluírem a partir daí."
A discussão é relevante num momento em que se prevê que o mercado global de AIoT vai crescer 32,4% ao ano até ao final da década, altura em que valerá 237 mil milhões de euros. Este crescimento exponencial, num segmento que em 2022 valia apenas 26 mil milhões de euros, está identificado num novo relatório da Fortune Business Insights, intitulado "Global Artificial Intelligence of Things Market Forecast 2023-2030". As previsões da firma apontam para que, só neste ano, o mercado de AIoT atinja os 33,3 mil milhões de euros.
Uma segunda temática em que a conferência vai tocar é a questão da Singularidade Tecnológica, descrita como o momento no futuro em que os seres humanos serão ultrapassados pelas máquinas de Inteligência Artificial. O futurista Ray Kurzweil fala de "uma mudança tecnológica tão rápida e profunda que representa uma rutura no tecido da história humana" e prevê que este ponto vai acontecer em 2045.
"Como estamos a falar da inteligência das máquinas e qual o nível de progresso que vamos ter, tínhamos que trazer o tópico da Singularidade, porque é aquele momento em que todos temos receio e ao mesmo tempo vontade de perceber como é que vamos lidar com isso", explicou Mafalda Alves Dias. "São temas indissociáveis."
A conferência terá apresentações de três oradores: Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, presidente do INESC e nome incontornável na área da tecnologia e IA em Portugal; Agata Slater, consultora de transformação de negócio da IBM com responsabilidades na região da Europa Central e de Leste; e Benedict Evans, analista independente da indústria tecnológica com profundo conhecimento do setor.
"Vamos trazer pessoas especialistas no tema para percebermos o que está a ser feito tanto em Portugal como lá fora, ouvirmos os futuristas e perceber como estão a olhar para estas temáticas a um nível transversal, não propriamente técnico", indicou Mafalda Alves Dias. "Estas temáticas levantam muitos assuntos de ética, uma série de temas que queremos endereçar, e depois queremos trazer um pouco à terra."
É ao nível micro, em cada empresa, que esta transformação se vai fazer sentir já nos próximos anos, à medida que a tecnologia se torna mais acessível e incontornável. A Vodafone, diz a executiva, pretende fazer parte dessa transformação.
"A Vodafone Business tem-se identificado sempre como um parceiro para a inovação e para a transformação digital das empresas", considerou. "Os clientes têm a necessidade e a Vodafone tem a tecnologia para lhe responder", continuou. "É neste binómio que a Vodafone Business se posiciona."