A startup de ADN português Zharta, que criou uma plataforma de empréstimos instantâneos garantidos por NFTs, angariou 4,3 milhões de euros numa ronda seed para acelerar a próxima fase de crescimento da empresa, que será acompanhada pela contratação de 20 novos profissionais, foi esta quarta-feira anunciado.
O financiamento foi liderado pela alemã Greenfield One, um dos maiores fundos de criptomoedas da Europa, contando ainda com a participação da portuguesa Shilling VC e de outros investidores estratégicos. O capital captado servirá para a fintech continuar a desenvolver o seu produto, bem como vendas e marketing, de forma a penetrar no mercado.
Criada por Diogo Pires, Nuno Cortesão e Pedro Granate, esta plataforma permite aos utilizadores pedir empréstimos de criptomoedas, utilizando NFTs (uma nova classe de ativos digitais suportada pela tecnologia blockchain) como garantia. O objetivo da startup passa por "promover a democratização do mercado para o retalho, aumentar a liquidez e opções financeiras sobre estes ativos e tornar-se assim uma peça vital da infraestrutura web 3.0", pode ler-se na nota enviada à imprensa.
"Queremos criar a melhor experiência, centrada na aprendizagem das necessidades dos consumidores nativos deste mercado emergente, para que um dia possamos expandir o produto para uma audiência maior e conquistar o mercado de massa", destaca Nuno Cortesão, cofundador e CEO da Zharta, citado em comunicado.
A data de lançamento da plataforma de empréstimos cripto aponta para o final deste verão, permitindo o acesso a capital para os nativos de DeFi (finanças descentralizadas) e NFTs. A Zharta promete "simplicidade, orientação à experiência e confiança". Atualmente, as coleções que podem ser dadas como garantia dos empréstimos são: Doodles, Mutant Ape Yatch Club, Bored Ape Kennel Club, World of Women; VeeFriends, Cool Cats, Hashmasks, e Pudgy Penguins, mas "mais coleções serão adicionadas no futuro", assegura o CEO.
Ao mesmo tempo que David An, sócio da Greenfield One, afirma que "a Zharta fornece um importante alicerce na capitalização de NFT", Pedro Rosa, partner da Shilling VC, diz acreditar "que existem as condições certas para a aceleração de protocolos na intersecção de DeFi e NFTs". Para o último, esta plataforma vem ajudar a "proporcionar liquidez aos colecionadores e mercado geral de NFTs, e incentivar a participação de novas entidades no ecossistema".
Para o futuro, a fintech tem como metas "expandir as avaliações de IA e pools DeFi para financiar outro tipo de NFTs, não servindo somente os colecionáveis, procurando também abranger os mercados emergentes de jogos P2E (play-to earn), metaverso e arte, atendendo não apenas ao retalho, mas abrindo caminho para trabalhar também com players financeiros institucionais", conclui.