+351. Nome de código: roupa de surf pensada e feita em Portugal

Inspirada por marcas internacionais de surf, Ana Costa voltou a Portugal com um objetivo: criar uma marca portuguesa à sua imagem.
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Sempre que entrava numa loja da Osklen, Ana Costa tinha vontade de perder a cabeça. A designer, de 28 anos, confessa que queria comprar tudo. Por isso, decidiu aproveitar ao máximo a oportunidade de estar um ano nos escritórios da marca, no Rio de Janeiro, Brasil. Depois do curso de Design e, porque fazia surf profissionalmente, Ana decidiu estagiar na Billabong, em França. A roupa de surf sempre tinha sido uma preferência. Acabado o curso e o estágio, decidiu fazer um mestrado em design de moda. A oportunidade de dividir o curso em duas partes, uma em Lisboa e a outra no Brasil, trouxe-lhe outra vontade: conseguir aprender como fazer o mesmo que a Osklen fazia consigo, mas em Portugal.

“A experiência foi ótima apesar de não ter adorado viver no Brasil. Mas já aí estava sempre a tentar perceber como tudo funcionava, já com a ideia de voltar e montar a +351”, conta, a propósito da experiência em 2012. Regressada a Portugal, Ana começou a dar os primeiros passos da marca: não tinha contactos de fábricas nem de fornecedores e, por isso, decidiu pôr-se no caminho e bater às portas de potenciais parceiros. Contactos feitos e, com um investimento de 28 mil euros (que entretanto já devolveu aos ‘investidores’), Ana desenhou a primeira coleção da +351, uma maneira tímida e cautelosa de se apresentar ao mercado. Mas, sobretudo, uma forma de testar o produto no público-alvo. “Só tinha fatos de banho de homem e t-shirts e algumas peças de mulher. Mas correu logo muito bem, as pessoas gostaram e deu para perceber qual era o meu tipo de clientes, do que é que as pessoas gostavam, o que se vendia mais”, conta Ana, cuja marca veio “unir o que eu gostava de fazer e o meu estilo de vida com uma marca de roupa”.

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(Orlando Almeida / Global Imagens)[/caption]

“Quis tentar pegar nos melhores materiais e naquilo de que gosto e com que me identifico, e criar uma marca de roupa simples e acessível a toda a gente, que se entre na loja e apeteça levar tudo.” Por isso, no segundo ano, foi altura de arriscar: novos materiais, estampagens e os seus desafios favoritos: tingimentos. “Já havia tantas marcas de swimwear, eu não queria fazer mais uma. Queria escolher bem os materiais e os cortes para criar peças que vão durar, que são intemporais. Peças que pudesse usar sempre”, detalha.

O passo seguinte foi começar a procurar lojas multimarca onde vender o produto. Mas Ana percebeu que, mais fácil do que vender online ou noutras lojas, seria ter um espaço próprio, onde pudesse reunir o próprio espaço de criação e o contacto mais direto com os clientes. Este ano inaugurou o primeiro ponto de venda da +351, perto do centro de Lisboa. A inauguração praticamente coincidiu com outra abertura: a do primeiro ponto de venda em Nova Iorque, convidada pela plataforma online Tic Tail, através da qual a +351 vende para todo o mundo.

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(Orlando Almeida / Global Imagens)[/caption]

“Com a loja queria perceber como ia funcionar a venda online, em feiras ou revenda. Online continua a ser um pouco difícil porque os clientes gostam de experimentar o produto, conhecer a marca. Em lojas multimarca, a marca perde identidade. Ter um espaço faz que as pessoas tenham mais confiança.” Nos planos imediatos está o crescimento da marca a nível nacional, através de lojas multimarca, e ainda a abertura de novos pontos de venda em Portugal.

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