4 regras para escrever e apresentar um CV

Escrever um cv é um daqueles temas em que se pode dizer que "cada cabeça, sua sentença".
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Há de tudo: quem afirme que deve ter fotografia e quem afirme o seu contrário, quem considere que não deve exceder 1 página e quem seja flexível até às duas ou três, quem ache que um bom cv deve ser criativo e destacar-se dos outros e quem ache que só a sobriedade transmite profissionalismo, quem diga que se deve escrever na primeira pessoa, outros na terceira...

Questões estéticas, embora importantes, à parte, neste artigo vamos dar especial enfoque ao conteúdo, à forma como a informação é organizada e disponibilizada a fim de se tornar apelativa, acessível e relevante para quem vai ler o CV.

Antes de se dizer o que quer que seja, há que responder a uma pergunta fundamental: para que serve um CV? Para conseguir um emprego? Não. Para dizermos tudo aquilo que é relevante que se saiba sobre nós? Não. Para contarmos em detalhe toda a nossa vida profissional? Não.

Então, para que serve um CV afinal? Simples, para chegar à entrevista. Aí sim, a entrevista é o "momento de ouro" onde temos oportunidade de nos darmos a conhecer pessoal e profissionalmente e, se for do interesse de ambas as partes, conseguirmos o tal emprego que ambicionamos.

É com esta premissa que sugiro 4 simples regras a ter em conta quando escrevemos um CV:

Regra 1: Coloque a informação mais importante em primeiro lugar. Pense em tudo o que fez numa determinada função ou projeto, identifique as ações, competências ou experiências mais relevantes e coloque-as em primeiro lugar. Ordene a informação por ordem de relevância e não necessariamente por ordem cronológica.

Regra 2: Seja específico. Foque-se naquela que foi a sua contribuição específica para um projeto ou função. Evite generalizações ou descrições vagas das suas responsabilidades e ações. Em Portugal é muito comum lermos nos CV que a pessoa foi "responsável por isto", "responsável por aquilo". Toda a gente é responsável por qualquer coisa. Evite esta terminologia. Use verbos de ação como "coordenou", "geriu", "implementou", "desenvolveu", etc. São mais específicos acerca da sua atuação e trazem dinamismo ao CV.

Regra 3: Realce o impacto do seu trabalho. Não se limite a uma descrição das suas responsabilidades e funções. Dê informação sobre o impacto do seu trabalho para a organização. Para tal, use medidas quantitativas e qualitativas que o ilustrem (ex: impacto do seu trabalho nas vendas, na redução de custos operacionais, no crescimento do negócio, etc). Porém, nunca incorra no erro de divulgar informação confidencial.

Regra 4: Foque-se no interesse do seu interlocutor. Procure conhecer em detalhe o seu interlocutor (empresa). Investigue. Saiba o que procuram e procure ajustar o que comunica sobre si a essas necessidades. Evite o uso de linguagem demasiado técnica relativa à sua experiência profissional anterior, sobretudo quando tal não seja relevante para as funções que pretende vir a desempenhar. Isto vai implicar que não tenha apenas um CV mas sim várias versões, ajustadas a candidaturas para diferentes organizações, funções ou até países.

Por Pedro Ribeiro, Centro de Carreiras do The Lisbon MBA

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