O crédito habitação é, para muitas famílias, uma fatia significativa do orçamento. Sabendo que o atual contexto de subida das taxas de juro veio afetar fortemente as economias de muitos agregados, o Dinheiro Vivo reuniu seis dicas que o podem ajudar a reduzir os encargos com o crédito habitação.
As condições que consegue estabelecer para o crédito à habitação, quando compra a casa, não têm de ser eternas. Deve ir revendo as condições do crédito com alguma periodicidade. O melhor é analisar o que está a ser oferecido no mercado, dos spreads aos seguros, e não esperar por uma situação de dificuldades maiores.
Para reduzir os encargos é necessário saber exatamente qual é o valor gasto por mês. Assim, deve ser feito o levantamento de tudo, desde as condições do crédito até aos produtos associados. Para começar deve responder às seguintes questões:
Quanto paga de prestação da casa? Qual o spread associado? E a TAEG? O crédito está indexado a uma taxa fixa ou variável? Quanto tempo falta para terminar o contrato? Que seguros tem e quanto paga? Qual é o valor das comissões?
Após a resposta a estas questões, é necessário pesquisar e perceber o que está a ser praticado no mercado. Por exemplo, atualmente o nível máximo de spread de 1,4%, mas existem bancos a oferecer um spread mínimo inferior a 1%. Com esta informação já terá argumentos para tentar melhorar as condições do crédito.
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Uma das primeiras coisas a fazer é entrar em contacto com o banco com o qual tem acordo para perceber qual é a abertura de revisão às condições do crédito em questão. Uma vez que já tem a noção do que está a ser praticado no mercado, estão reunidas as ferramentas necessárias para poder questionar todas as condições oferecidas pelo banco atual.
Após ouvir o seu banco, deve pedir novas propostas a outras entidades financeiras. Pode ainda pedir ajuda a entidades especializadas (Doutor Finanças, por exemplo), que têm conhecimentos direcionados face ao de um particular.
No caso de outro banco oferecer condições melhores do que as oferecidas pelo atual, pode transferir o crédito para outra instituição. Esta decisão permite rever todas as condições. Além da possibilidade de conseguir um spread mais baixo do que o atual, pode optar por outro indexante no crédito e repensar se é preferível uma taxa variável (Euribor), uma taxa fixa ou uma mista (primeiros anos taxa fixa e depois variável).
Esta revisão pode ser feita de diferentes formas. Se a decisão é negociar apenas com o banco do qual é atualmente cliente, quando estiver a negociar as condições gerais deve colocar os seguros como despesa também a rever.
Se as condições de crédito são já muito atrativas, pode sempre questionar a entidade bancária sobre a revisão apenas dos seguros.
Se, no entanto, quer transferir o crédito para outra instituição, deve avaliar o que será mais vantajoso, entre subscrever os seguros com o banco que vai financiar o crédito ou subscrever através de outra entidade.
As necessidades ou os desejos de poupança não iguais entre todas as pessoas. Cada caso é um caso. Ou seja, no caso do crédito, poupar significa pagar o mais depressa possível, mas no dia a dia muitas pessoas precisam de poupar no imediato e, aqui, a solução poderá ser outra.
Para quem tem folga orçamental, é recomendado que reduza o prazo do seu crédito. Diminuir o número de meses a pagar vai implicar uma poupança real no final do contrato. Por outro lado, se a necessidade for reduzir o encargo imediato, a solução pode passar pelo aumento do prazo de financiamento. Neste caso, pagará menos agora, mas mais ao longo do contrato. Mesmo que a poupança seja de 10 euros mensais, deve pensar que no final de 12 meses o valor é de 120 euros.