"A crise beneficiou a Homelidays"

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Sofia Dias é responsável pela operação portuguesa do portal de aluguer de particulares Homelidays.

Ao Dinheiro Vivo explica como tem evoluído a oferta da parte dos proprietários nacionais no portal que faz parte do grupo internacional Homeway. A crise, diz, tem ajudado. Afinal, nada como um dinheiro extra para tornar claro as vantagens do aluguer da casa de férias. Em seis anos a oferta nacional cresceu de 300 para os actuais mais de 4 mil alojamentos.

Para quem não acredita em aluguer a particulares e muito menos através internet, o que lhe diria para os convencer as usar um serviço como o Homelidays?

O Homelidays é o único portal que propõe uma inscrição prévia, antes das partes entrarem em contacto. A inscrição é gratuita, mas permite-nos ter uma ficha tanto do inquilino como do proprietário e ter um rasto dessas pessoas. Não é qualquer pessoa que entra em contacto com os proprietários da Homelidays, eles sabem que é um cliente inscrito no portal e, à partida, sério. Para inscrever-se devem aceitar as condições da Carta de Confiança que enumera esses pontos de respeito pelos bens do proprietário, deixar os contactos. Disponibilizamos um serviço de apoio ao cliente em sete línguas, uma delas o português - aliás, um dos serviços de apoio ao cliente que mais recebe chamadas: o português precisa de falar antes de reservar para ficar mais tranquilo - e, há cerca de um ano, um número de telefone fixo (custo de chamada nacional). Tentamos ao máximo facilitar as trocas entre os inquilinos e os proprietários, mas também com o Homelidays de forma a miminizar os custos e ser tudo transparente e mais fácil.

Mas quando o que está definido na Carta de Confiança não é cumprido, que intervenção tem a Homelidays?

Propomos um serviço de apreciações da estadia, onde tanto o proprietário como o inquilino dão feedback de como decorreu a estadia, bem como as melhorias que sugere. Qualquer inquilino à procura de alojamento pode consultar as apreciações que esse alojamento teve. Temos tido sorte porque os nossos turistas têm respeitado os alojamentos. Quando não é o caso, o proprietário tem uma caução que varia consoante o alojamento (entre 100 a 600 euros) e, se houver algum problema, deduz dessa caução.

Recentemente, houve alguma polémica em torno de recomendações falsas. Como garantem que a recomendação é mesmo verídica?

Validamos todas as recomendações. Cada inquilino para deixar uma apreciação no portal têm de declarar a estadia, ou seja, temos o número de membro e a data em que realizou a estadia. Se outro inquilino quiser declarar a mesma estadia nas mesmas semanas não o pode fazer.

Têm 173 mil portugueses inscritos e mais de 4 mil habitações para alojamento. Parece-lhes números razoáveis num país que tem no turismo uma das principais actividades económicas?

Há seis anos tinhamos 300 alojamentos na Homelidays, hoje temos mais de 4 mil. De início tínhamos muitos proprietários que tinham casas de férias, mas que tinham receio de alugar os seus alojamentos. A crise acabou por beneficiar a Homelidays porque os proprietários começaram a se organizar e a encontrar pessoas de confiança nos locais que os ajudassem a receber os inquilinos. Depois é certamente os números. Quando se sabe que um proprietário da Homelidays consegue alugar em média 10 semanas ao ano e que os alojamentos, por exemplo, no Algarve poderão rondar os 800 euros em média, isso dá um rendimento anual de perto de 10 mil euros. Claramente, é uma fonte rendimento extra que não se pode desperdiçar num contexto de crise actual.

São novos proprietários que estão a colocar a casa no mercado ou já outros que já alugavam a sua habitação e encontram aqui uma nova forma de promover os seus serviços?

São mesmo novas pessoas, a maioria porque ouve falar da Homelidays através de familiares e amigos. O sistema de recomendação funciona muito bem e também a notoriedade da marca.

Dizem que 76% dos portugueses optou este ano por não viajar para fora do país. A mensagem "Vá para fora cá dentro" foi integrada pelos portugueses ou é um mero sinal da crise?

É também um Vá para Fora cá dentro, mas a terceira região mais procurada é Paris e depois Londres. Quer dizer que os portugueses maioritariamente optou por ficar em Portugal, mas também Paris e Londres a preços bem mais acessíveis. Uma família de quatro pessoas, ou entre amigos, a dividir o preço do aluguer em Paris, que ronda em média 600 euros, dá uma cerca de 100 euros por pessoa. Num hotel jamais poderá ter este preço.

Além dos portugueses, quem são os turistas que optam por Portugal como destino?

São essencialmente franceses, espanhóis e italianos. Tivemos feedbacks de proprietários da zona de Sagres que disseram que este Verão tiveram muitos holandeses, alemães e menos ingleses. É geralmente turistas europeus.

O site vive das receitas dos anúncios de aluguer. Qual a facturação que conta obter este ano? Qual vai ser o contributo português?

Não damos informação sobre facturação. Em termos projectos para o mercado português estamos a a trabalhar para desenvolver a notoriedade da marca junto das redes sociais, é o que está a funcionat mais hoje em dia. Estamos ainda a tentar facilitar cada vez mais o contacto entre inquilinos e proprietários, através de fóruns, ou de encontros, como o que sucede em Paris, entre os proprietários e a Homelidays.

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