Há um novo Hugh Hefner na indústria do sexo. Só que em vez dedar grandes festas em mansões com loiras vestidas de rosa, o novoguru passa as horas à frente do computador. E tudo o que vende ésexo virtual - não revistas com coelhinhas. O seu nome é FabianThylmann e é dono da Manwin, uma empresa que reúne a maior rede deentretenimento para adultos da internet. Thylmann, um auto-confesso geek, construiu o império ao comprarmicro-sites de pornografia - como o YouPorn.com - e dar-lhes escala.Percebeu como lucrar com a internet, algo que as grandes editoras defilmes pornográficos não conseguiram - muitas perderam 50% dasreceitas devido à proliferação de conteúdos pornográficosgratuitos por todo o lado. Mas agora há uma novidade que a maior parte desta indústriateme: foi finalmente aprovado o domínio .xxx para sitespornográficos. Mais de sete anos depois de ter sido proposto aoregulador por um advogado norte-americano, o triple x vai mesmoavançar. Qualquer site pornográfico pode comprar o seu nome nodomínio .xxx até 28 de Outubro, altura em que todos os nomes serãopostos à venda no mercado normal. O ICANN (Internet Corporation forAssigned Names and Numbers) chegou a acordo com a ICM Registry,empresa que vai gerir a venda de nomes neste domínio. Cada nomecusta cerca de 80 euros para registar e 100 euros por ano paramanter. Mas se, por exemplo, a Playboy.com quiser evitar que outraempresa se aproveite do seu nome, terá de pagar ainda mais: aaquisição de Playboy.xxx custará entre 200 e 300 dólares. E que ganha o consumidor de pornografia online com isto? O queestá por trás da criação do novo domínio, além do óbviointeresse monetário, é a protecção dos consumidores e a colocaçãode um selo de qualidade. "Os sites .xxx vão ser marcados electronicamente pelaMetaCert como sendo de conteúdos para adultos, o que significa quepodem ser facilmente filtrados por pais, professores ou outros quequeiram evitar estes conteúdos", escreve a ICM Registry. "Vamos promover activamente a indústria de entretenimentopara adultos com campanhas globais de 'marketing', para que toda agente saiba que .xxx é o sítio online onde poderão apreciar oentretenimento adulto de maior qualidade."Além disso, os sites .xxx serão monitorizados diariamente pelosoftware de segurança McAfee, para prevenir códigos maliciosos, oque significa que quem visitar estes sites pode ter a certeza que nãovai ser infectado com malware. Mas não é bem assim que a indústria vê a novidade. Osargumentos são os mesmos desde o início: o domínio .xxx servirápara encaixotar a indústria porno online, pondo os sites paraadultos numa espécie de limbo afastado do resto da internet. Tememainda que este seja um primeiro passo para apertar o cerco àpornografia online - que basicamente não tem regulação. A Free Speech Coalition, que representa a indústria para adultos,continua a opor-se à criação do domínio. Considera-o "perigoso"e diz recear que venha aí uma onda de processos legais. Por outrolado, as empresas queixam-se de que os custos de registo e manutençãosão demasiado caros. Por fim, defendem que o alinhamento dos sites pornográficos numdomínio específico só vai funcionar para as páginas legítimas,já que os sites ilegais continuarão a enganar os motores de busca ea surgir em pesquisas inocentes, além de espalharem malware. O .xxxpoderá até dar uma falsa sensação de segurança a pais eprofessores.