Abriu o Dojo, o novo supermercado autónomo da Sensei

Startup nacional inaugurou o espaço que servirá de laboratório para a sua equipa, ao mesmo tempo que será o mostruário para clientes que queiram ter um espaço de retalho autónomo.
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Tem 500 metros quadrados e o layout de um supermercado normal, recheado de produtos alimentares, e não só. Mas o Dojo, que esta segunda-feira abriu portas, não as abriu para o público em geral. Esta loja - da startup portuguesa Sensei - é exclusiva para apresentações para os clientes, investidores e parceiros que queiram ter um espaço de retalho autónomo.

Ao mesmo tempo, o novo equipamento - criado em conjunto com a Hewlett Packard Enterprise - servirá de laboratório para a equipa da tecnológica nacional, que também precisa de um espaço onde se possa desafiar.

O Dojo é neste momento e, segundo a Sensei, "o maior supermercado 100% com a tecnologia mais avançada do mercado", que inclui um terminal de pagamento automático com cartão e rastreamento automatizado de produtos.

Todo o espaço está equipado com câmaras e as prateleiras são como balanças, que detetam a falta dos produtos retirados. E, através dos os servidores HPE ProLiant, os modelos de Inteligência Artificial da Sensei conseguem processar grandes quantidades de dados de forma acessível e rápida.

Com a digitalização das operações e a remoção do checkout (caixas de pagamento) consegue-se uma melhoria da eficiência e proporciona-se uma experiência de compra simplificada, detalha a empresa.

Como explica ao Dinheiro Vivo, Vasco Portugal, CEO e co-fundador da Sensei, "nós temos de ter um sítio onde possamos desfazer aquilo que vamos fazendo, para também evoluirmos como empresa". Neste sentido, para Vasco Portugal, o Dojo é "um espaço para a Sensei continuar a evoluir e a treinar. E, para a nossa equipa continuar a questionar permanentemente qual é a melhor experiência de compra que podemos dar aos nossos clientes".

Clientes, esses, que ao deslocarem-se ao Dojo terão a noção clara da tecnologia avançada que existe no local. "É um espaço onde eles vêm ver aquilo que pode ser a experiência do que podem ter nas suas lojas", declara Vasco Portugal.

Segundo explica a empresa, em comunicado, a tecnologia da Sensei utiliza visão computacional e sensores para reconhecer automaticamente todos os produtos e interações com o consumidor. Desta forma, os retalhistas podem rastrear o inventário em tempo real, conseguindo assim dados importante, para otimizarem as suas operações e produtos.

Para o presidente da Câmara de Lisboa, esta inauguração significa "um dia importantíssimo para a inovação em Lisboa", uma vez que "todos nós pensávamos que o mundo ia ser só digital ou ia ser só físico e ele vai estar entre os dois. Eu acho que esta empresa representa isso mais do que tudo".

Carlos Moedas expressou ainda a sua felicidade pela Sensei ter sido "escolhida como uma das oito empresas para a Fábrica de Unicórnios" e deixou sua certeza de que a tecnológica será "o próximo unicórnio português".

A Sensei pode ainda não ter atingido o estatuto de unicórnio, mas a verdade é que desde a sua criação, há cinco anos, não para de expandir-se.

Sem especificar valores, Vasco Portugal orgulha-se que empresa que fundou esteja a crescer em "múltiplos de cinco, de um ano para o outro". "Já tínhamos crescido o ano passado em múltiplos de cinco e este ano estamos a projetar mais de cinco vezes a receita que tínhamos o ano passado", explica.

A tecnologia desta startup nacional já não está só presente em território nacional - onde já ajudou a abrir duas lojas autónomas (uma do Continente e outra da Galp).

Na América do Sul abriu a primeira loja no Brasil, no final de novembro e também já marca presença em Espanha.

Perspetivas de novas aberturas existem, também no nosso país, mas Vasco Portugal escusou-se a dizer onde.

Com a perspetiva das novas aberturas e de crescimento, aliada ao interesse que a tecnologia da Sensei tem suscitado, Vasco Portugal não tem dúvidas que estas lojas autónomas serão o futuro do retalho. "Eu acho que nós somos parte da última geração que vai experienciar filas. Espero que a minha filha um dia olhe para a fotografia de uma fila e me pergunte porque é que as pessoas estavam todas ali acumuladas".

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